Se você é catequista, coordena, acompanha ou assessora grupos, é uma pessoa com boa influência sobre outrem ou é alguém que, assim como eu, acompanha o projeto de vida de outras pessoas, este texto é para você.
Se você é catequista, coordena, acompanha ou assessora grupos, é uma pessoa com boa influência sobre outrem ou é alguém que, assim como eu, acompanha o projeto de vida de outras pessoas, este texto é para você.
“Oi Ju. Você tá bem? Deus te abençoe.”
“Tio, você tá com tempo?”
“Pra você, querida? Todo tempo do mundo! Diz aí!”
“Queria um conselho”
“Eu sou ótimo para essas coisas. Adoro!”
“Sério, tio!”
“Conhece um cara mais sério que eu? Tá de brincadeira?”
“Blz. Mas, ó, sem me zuar, certo?”
“Tá certinho, fia. Manda ver, que já tô curioso”
“Então... Sabe o Alberto?”
Diz um antigo conto que uma mulher sábia veio de longe pela estrada e notou que haviam três homens numa construção, todos executando exatamente a mesma tarefa. Chegando mais próxima, ela reparou que as expressões em seus rostos eram distintas e isso lhe chamou muito a atenção. Então ela se aproximou de cada um deles oferecendo água e perguntando o que estavam fazendo ali.
Rispidamente o primeiro disse: “Estou assentando estes malditos tijolos, não está vendo? Que pergunta mais estúpida”. E não aceitou a água oferecida pela mulher. Notadamente ele não estava bem, pensou ela, ou então não gostava daquilo que estava fazendo. As circunstâncias o tornaram amargo.
Na mensagem que ela me encaminhou pelo Facebook, junto a imagem, ela postou também o começo da música “Bola de Meia, Bola de gude” de Mílton Nascimento e Fernando Brant, que dizia: “Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança, Ele vem pra me dar a mão.” Fiquei bem impactado com a mensagem, que para mim dizia bem mais do que texto e imagem transmitiam naquele primeiro instante. E isso me fez pensar muito nos dias seguintes.
Quem falava lá na frente era a Dai Zito. Muita gente na PJ conhece a Dai. Muita gente fora, também. Isto é um fato que não causa surpresa a ninguém. Ela fala e fala bem. No entanto, no meio da sua fala eu tomei um susto ao ser citado em um exemplo que ela deu. O que me surpreendeu não foi ser citado pela Dai, o que a princípio foi bem bacana, mas o teor da fala. Era um tanto legalista.
Quem lê isso agora, pode pensar que era um sítio charmoso, daqueles de veraneio. Não era não. Era natureza pura. Mata virgem na maior parte. Uma e outra bananeira. Era no Vale do Ribeira em São Paulo, região com estas características. E a gente foi ser isso. Plantador de bananas.
O sítio não tinha energia elétrica. Eu tinha 11, 12 anos. Estudava na vilazinha ao lado da rodovia e aos finais de semana e feriados subia os seis quilômetros de serra a pé para ir ajudar nas plantações. E no sítio, toda noite a rotina era a mesma. Depois do banho, a janta. Depois da janta, o terço. Depois do terço, o radinho de pilha sintonizando alguma estação AM que tocasse música caipira. Tudo sob a luz de um lampião de gás. E antes das 21h00 estávamos todos deitados.