Recebi há algumas semanas um e-mail de uma leitora deste blog pedindo algumas opiniões a respeito da programação da PJ que a ela e a turma da paróquia dela haviam feito para o ano de 2013. Logo me veio à mente os calendários que fazíamos quando eu e minha turma estávamos na mesma situação.
Respondi a ela e perguntei se ela se importaria que eu usasse a motivação que ela me deu e as respostas que eu dei a ela para escrever um texto aqui no blog. Disse que não citaria o nome dela e nem da paróquia e que adaptaria as minhas colocações para que fossem úteis para uma quantidade maior de leitores. Há poucos dias chegou a resposta e ela topou. Portanto, está aqui o texto.
Em primeiro lugar, é evidente que há similaridades entre a realidade que eu vivi e a que ela está vivendo, embora nós sejamos de lugares distintos e de épocas diferentes. E achei bem curioso os erros e acertos que existem em comum. Foi a partir desta perspectiva que eu respondi. Elenquei aqui no blog (novamente) dez pontos, pois assim imaginei que ficaria mais simples a compreensão. Vamos a eles.
1- Calendário de atividades não é um amontoado de datas
Vamos partir do princípio de que não fazemos as atividades pelas atividades, mas porque elas têm uma razão de ser no nosso planejamento. Por isso, não vale a pena realizar algo só pelo motivo de que sempre foi feito. Se determinada atividade foi realizada algum dia no passado é porque fez sentido fazê-la naquele contexto. E hoje? Ainda faz?
Vamos partir do princípio de que não fazemos as atividades pelas atividades, mas porque elas têm uma razão de ser no nosso planejamento. Por isso, não vale a pena realizar algo só pelo motivo de que sempre foi feito. Se determinada atividade foi realizada algum dia no passado é porque fez sentido fazê-la naquele contexto. E hoje? Ainda faz?
2- Para pensar no futuro, olhe o passadoÉ básico também. Quem não olha o passado, corre sério risco de repetir os mesmos erros. Convém fazer a avaliação do ano, das atividades e do planejamento. Todo mundo contribuiu conforme se comprometeu? Quando a atividade foi pensada, todos pensaram juntos? Qual o ganho que aquelas atividades proporcionaram? Quem cresceu?
3- Quer chegar bem no fim? Entenda como está agoraAntes de desenhar seu planejamento e seu calendário, é importante avaliar como está a sua realidade hoje. Com quem você conta? Como está sua relação com a comunidade, com as lideranças e com o clero? A turma está motivada para o novo ano? Quais os principais problemas da sua realidade? Quais as principais virtudes? Partir da sua realidade é o primeiro passo para que o novo ano seja construído
4- Aonde você quer chegar?
Para quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve. Partindo da sua realidade, qual o cenário proposto para o fim do próximo ano? É entre o que você tem hoje e o que você espera ter que os passos, atividades e datas devem ser pensados. Contudo, atenção. Aqui não é competição ou vale-tudo. O sonho final precisa ser realizável, mas não pode ser mesquinho. E para chegar a ele, temos que respeitar as pessoas e os processos, dentro dos critérios de ética e fraternidade cristã. Os fins não justificam os meios.
Para quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve. Partindo da sua realidade, qual o cenário proposto para o fim do próximo ano? É entre o que você tem hoje e o que você espera ter que os passos, atividades e datas devem ser pensados. Contudo, atenção. Aqui não é competição ou vale-tudo. O sonho final precisa ser realizável, mas não pode ser mesquinho. E para chegar a ele, temos que respeitar as pessoas e os processos, dentro dos critérios de ética e fraternidade cristã. Os fins não justificam os meios.
5- Existem atividades demais?A grande tentação é encher o calendário de datas e compromissos. Fuja disso. Cada atividade deve ter um olhar no objetivo daquele ano. E há a necessidade de folgas, finais de semana de descanso, de contato com a família. Atividades tem que ser pontuais e fortes.
6- Planejem pontos de parada e reabastecimentoReze. Proponha momentos mais íntimos do grupo com Deus, momentos de reflexão ao redor da Palavra e da Eucaristia. Momentos de retiro e de interioridade. Numa caminhada difícil, é preciso ter a hora de parar, ganhar fôlego, refrescar-se para continuar a andar.
7- Envolver-se com a comunidadeSeu grupo não é isolado. Está numa comunidade, faz parte de uma paróquia, envolve-se junto com outros grupos e pastorais. Seu calendário de atividades deve estar em sintonia com o da comunidade inteira. Vocês devem conhecer o que os outros estão planejando e devem fazer conhecer o que pensaram para o novo ano também. Há momentos em que vocês precisarão deles e vice-versa. Não se esquecer nunca disto.
8- Não se esquecer das instâncias mais amplasVocês estão numa diocese, pertencem a um regional. Há atividades mais amplas que precisam ser conhecidas e que devem fazer parte do seu planejamento. Existem formações para coordenadores na diocese? Isto é importante. Tem que estar no calendário. O Dia Nacional da Juventude será onde? Colocar no calendário também!
9- Preocupar-se com as pessoasPor vezes pensamos as atividades, mas esquecemos de quem as toca adiante. Quem conduz? Estas pessoas estão participando do processo de decisão e de montagem do planejamento do ano? Há momentos de capacitação para elas? E elas não podem ser encaradas como meras executoras. São pessoas que precisam ser ouvidas, precisam de carinho, atenção, orientação e cuidado.
10- No fim, avaliar tudo o que passou e celebrarE antes de pensarem o novo ano, é necessário que esteja no calendário de atividades um momento de avaliação, revisão de vida e prática. Não dá para começar um novo ano sem dar um jeito de tratar das feridas da caminhada. Elas são inevitáveis. E celebrar as vitórias conquistadas é muito, mas muito mais importante do que se lamentar por conta dos tropeços. Ainda há vida. Então, vamos embora comemorar que um bom ano passou e um ótimo ano está para acontecer.