Pense num preconceito qualquer. Sabe como ele se difunde? Por repetição. E se uma pessoa com um pouco mais de influência sobre outras acaba propagando esta ideia, o preconceito se difunde mais. Quer um exemplo bem ligado ao tópico deste blog? “A PJ não tem espiritualidade”. Ô meu Deus, já perdi a conta de quantas vezes eu tive que contra-argumentar a respeito disto. E debati com gente que, inocentemente, repetia algo que havia ouvido, com gente esclarecida que simplesmente não havia ouvido um argumento contrário e com gente maldosa que espalhava o preconceito de propósito.
Gostariam de um exemplo da justificativa que alguns me davam para se manterem nesta opinião? “Quem é da PJ não gosta, não participa ou não vai nas missas”. O sujeito tira uma meia verdade particular e a transforma numa verdade universal. “Meia verdade, Rogério??? Particular? Como assim? Explique melhor”. Este é o assunto da 20ª pergunta, e com ela chegamos à metade da nossa série.
20. Missas são importantes?
Sim. São importantes. As missas, em especial, e as celebrações da palavras, em particular, são momentos de vida comunitária, de reabastecimento da fé de muitos jovens. E por isso são importantes.
Se é assim, por que eu coloquei que o argumento preconceituoso de que o jovem da PJ “não gosta, não participa ou não vai nas missas” é uma “meia verdade particular”? É particular porque quem usa deste argumento fala de sua realidade local. Eu conheço dezenas, senão centenas, de jovens que participam ativamente das celebrações e da vida comunitária e são pejoteiros até o fundo da alma. Como também conheço muitos outros jovens que tem algumas dificuldades em participar das celebrações em suas próprias comunidades.
“Vocês da PJ não incentivam os jovens a participar da missa nas comunidades”. Outro argumento preconceituoso. Claro que também há pejoteiro mal esclarecido e que desconhece que a comunidade é um dos primeiros lugares onde o jovem vai encontrar sementes do Reino de Deus. A vida comunitária é importante. E ponto.
Pode ser uma falha na formação desta liderança jovem? Pode ser sim. Como também pode ser uma falha da comunidade, das suas lideranças mais antigas (não digo velhos, porque há muito jovem como liderança antiga de comunidades) e dos seus celebrantes também. Onde cabe a celebração dentro da vida comunitária? A vida litúrgica da Igreja é um dos três elementos da sua essência, juntamente com a ação profética e o serviço. Didaticamente, podemos dizer que está bem entre as outras duas. O padre Agenor Brighenti, em seu livro “A pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática transformadora da fé” explica isso bem:
Isso significa que para celebrar plenamente, o jovem teve de ser cativado pelo testemunho de vida de alguém, que antes de anunciar que era seguidor do projeto de Jesus, mostrava em suas ações que isto era autêntico. O jovem se motiva a fazer a catequese de iniciação e busca as raízes teológicas para dar “razões à própria fé”.
Dentro da celebração litúrgica, ele se sente inteiro, não só razão, nem só emoção entrando em comunicação com o mistério. Ele também participa conscientemente para que a liturgia se torne algo vivencial, experiencial e ligado à vida. E participa também ativamente da celebração, como toda a assembleia, não fica só “assistindo”.
O jovem bem formado pela comunidade e pela PJ sabe que a celebração não é algo de mágico ou de compreensão plenamente intelectual, mas é algo vivenciado dentro de sua própria cultura. E tem de ser assim. Um rito que é incompreensível não diz nada além de que é algo mágico ou fora da realidade. Se celebramos a vida, celebramos a festa, com símbolos, cores, gestos e como o corpo. Lembra-se, sim, dos fatos passados, fazendo experiência deles no presente, mas conscientes de que a plenitude se dará no futuro.
E como lembra o padre Agenor, há o depois da celebração que é a pastoral do serviço. Não dá para o jovem (como qualquer pessoa da comunidade) achar que a missa por si só basta. Ela é alimento para a vida cotidiana. E um alimento que nos impele a fazermos da nossa realidade um sinal do Reino que vivenciamos nas celebrações.
“Vocês da PJ não incentivam os jovens a participar da missa”. Se for verdade isto, então nos ajudem na boa preparação destas lideranças jovens e cuidem para que as celebrações não sejam meras repetições de um rito, mas que sim lugar de festa e de criação de ânimo para que o Reino aconteça fora dos muros eclesiais.
Gostariam de um exemplo da justificativa que alguns me davam para se manterem nesta opinião? “Quem é da PJ não gosta, não participa ou não vai nas missas”. O sujeito tira uma meia verdade particular e a transforma numa verdade universal. “Meia verdade, Rogério??? Particular? Como assim? Explique melhor”. Este é o assunto da 20ª pergunta, e com ela chegamos à metade da nossa série.
20. Missas são importantes?
Sim. São importantes. As missas, em especial, e as celebrações da palavras, em particular, são momentos de vida comunitária, de reabastecimento da fé de muitos jovens. E por isso são importantes.
Se é assim, por que eu coloquei que o argumento preconceituoso de que o jovem da PJ “não gosta, não participa ou não vai nas missas” é uma “meia verdade particular”? É particular porque quem usa deste argumento fala de sua realidade local. Eu conheço dezenas, senão centenas, de jovens que participam ativamente das celebrações e da vida comunitária e são pejoteiros até o fundo da alma. Como também conheço muitos outros jovens que tem algumas dificuldades em participar das celebrações em suas próprias comunidades.
“Vocês da PJ não incentivam os jovens a participar da missa nas comunidades”. Outro argumento preconceituoso. Claro que também há pejoteiro mal esclarecido e que desconhece que a comunidade é um dos primeiros lugares onde o jovem vai encontrar sementes do Reino de Deus. A vida comunitária é importante. E ponto.
Pode ser uma falha na formação desta liderança jovem? Pode ser sim. Como também pode ser uma falha da comunidade, das suas lideranças mais antigas (não digo velhos, porque há muito jovem como liderança antiga de comunidades) e dos seus celebrantes também. Onde cabe a celebração dentro da vida comunitária? A vida litúrgica da Igreja é um dos três elementos da sua essência, juntamente com a ação profética e o serviço. Didaticamente, podemos dizer que está bem entre as outras duas. O padre Agenor Brighenti, em seu livro “A pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática transformadora da fé” explica isso bem:
“Para além, e, em certa medida, “antes” da liturgia está a pastoral profética – o testemunho (martyría), o anúncio (querigma), a catequese (didaskalia) e a reflexão teológica (krísis). (...) Mas há também um “depois” da liturgia, enquanto tempo da comunidade ou de serviço. (...) O que se celebra na ação litúrgica – a ação redentora de Jesus Cristo – é vivido simbolicamente para ser testemunhado e partilhado na vida pessoal, comunitária e social”.
Isso significa que para celebrar plenamente, o jovem teve de ser cativado pelo testemunho de vida de alguém, que antes de anunciar que era seguidor do projeto de Jesus, mostrava em suas ações que isto era autêntico. O jovem se motiva a fazer a catequese de iniciação e busca as raízes teológicas para dar “razões à própria fé”.
Dentro da celebração litúrgica, ele se sente inteiro, não só razão, nem só emoção entrando em comunicação com o mistério. Ele também participa conscientemente para que a liturgia se torne algo vivencial, experiencial e ligado à vida. E participa também ativamente da celebração, como toda a assembleia, não fica só “assistindo”.
O jovem bem formado pela comunidade e pela PJ sabe que a celebração não é algo de mágico ou de compreensão plenamente intelectual, mas é algo vivenciado dentro de sua própria cultura. E tem de ser assim. Um rito que é incompreensível não diz nada além de que é algo mágico ou fora da realidade. Se celebramos a vida, celebramos a festa, com símbolos, cores, gestos e como o corpo. Lembra-se, sim, dos fatos passados, fazendo experiência deles no presente, mas conscientes de que a plenitude se dará no futuro.
E como lembra o padre Agenor, há o depois da celebração que é a pastoral do serviço. Não dá para o jovem (como qualquer pessoa da comunidade) achar que a missa por si só basta. Ela é alimento para a vida cotidiana. E um alimento que nos impele a fazermos da nossa realidade um sinal do Reino que vivenciamos nas celebrações.
“Vocês da PJ não incentivam os jovens a participar da missa”. Se for verdade isto, então nos ajudem na boa preparação destas lideranças jovens e cuidem para que as celebrações não sejam meras repetições de um rito, mas que sim lugar de festa e de criação de ânimo para que o Reino aconteça fora dos muros eclesiais.
Rogério, parabéns pelo artigo! Muito bom, espero que muitos possam ler e refletir. Abracos com saudades, Ana Cláudia
ResponderExcluirOlá Rogério!! Parabéns pelos artigos publicados e, principalmente, pela iniciativa.
ResponderExcluirEstarei divulgando ao máximo para que chegue aos grupos de jovens de nossa diocese.
Obrigada!
Rose - Diocese de Osasco
Ana e Rose. Obrigado pelas palavras. Elas me incentivam cada vez mais a escrever e partilhar o que aprendi com companheiras tão importantes como vocês a respeito da Pastoral da Juventude.
ResponderExcluirolá Rogério!!!
ResponderExcluirParabéns pelos artigos!!!! sempre q posso estou acompanhando. Aqui na paróquia aonde trabalho já estou divulgando aos jovens.
abraços
Débora - Diocese de Mogi