quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Todo fim de ano é assim

Todo fim de ano muita gente para alguns instantes para fazer uma avaliação do que viveu nos últimos doze meses. E reflete sobre como pretende viver as próximas 52 semanas. É tempo de novas promessas, novos compromissos, novas possibilidades. Há quem pense que tudo pode ser novo afinal e que o velho fica para trás com o ano que está quase terminando.

Fim de ano sempre é encarado como um fechamento de um ciclo e início de outro. Sempre nos últimos meses ou nas últimas semanas do ano é quando pensamos como serão nossos calendários de atividades, quando priorizamos nossas metas. E você? Como encara este momento?


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PJ não reza

Sabe aquelas histórias sobre a PJ que vira e mexe a gente gasta um tempo enorme para desmentir? Se eu lhe oferecer a chance de pensar em três destas histórias, certamente uma delas será “a PJ não reza” ou “a PJ não tem espiritualidade”, não é verdade?

Este caso chega a ser repetido por tantas e diferentes pessoas, que acaba se tornando parte da mitologia pejoteira: um grupo de histórias fantásticas e/ou fantasiosas que servem para explicar ou justificar para um grupo de pessoas porque a PJ é do jeito que é.

Quem acompanha este blog sabe que eu defendo a espiritualidade pejoteira como uma das marcas fortes de nossa identidade pastoral. E se esta é uma das características marcantes do nosso jeito de ser, é claro que este mito de que a PJ não reza é algo que nos foi atribuído e que muita gente repete por aí, mas não é algo que faça parte de nossas características.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ei homem, por que choras?

Na Pastoral da Juventude falamos muito de um tal de homem novo e de uma mulher nova. Sempre foi muito tranquilo para mim falar deles. Eles sempre estiveram em meus manuais de pastoral e ouvi falar deles em várias palestras e conversas que participei. Até aqui neste blog eles já apareceram.

Não que eu seja masoquista, mas eu tomei um belo de um “tapa na cara” quando o teólogo e escritor Jung Mo Sung, numa conversa com militantes pastorais, disse que há muita teoria e idealização nesta história de novo homem e nova mulher.

Eu gosto de ser questionado. Isso me faz pensar. E refletindo mais eu posso mudar de posição ou reafirmar com maior certeza aquilo em que eu acredito. Seria então este novo homem e esta nova mulher algo irrealizável? Um horizonte utópico inalcançável?

domingo, 20 de novembro de 2011

E o pejoteiro saiu a pejotar

E o pejoteiro lembrou aquilo que disse Jorge Boran sobre as “etapas percorridas”. Ele olhou para a sua própria história pastoral e se admirou ao perceber que tudo então fazia sentido, desde a convocação ao grupo de jovens, a nucleação, as reuniões todos os domingos, os retiros, as discussões, as festas, as formações, os encontrões e os encontrinhos... Tudo estava claro agora.

E ele lembrou também sobre o que a Carmem Lucia dizia a respeito da importância da vivência no grupo e na comunidade. E ele pode entender que tudo o que partilhou em sua capela, com aquela gente simples que celebrava e refletia sobre a vida e a missão de Jesus também fazia todo o sentido agora.

Foi na restauração destas lembranças que ele fez memória da frase do Hilário Dick que dizia que a história de um povo é a sua coluna vertebral. Foi olhando para sua própria "coluna" que o pejoteiro percebeu que havia muito ainda para poder caminhar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre converter-se e crer na Boa Notícia

Neste terceiro e último artigo sobre o versículo 15 do primeiro capítulo de Marcos, o trabalho é conversarmos sobre a segunda frase: “Convertam-se e acreditem na Boa Notícia”. Para aqueles que não acompanharam os dois artigos anteriores, trata-se de uma reflexão preparada para um retiro de crismandos às vésperas de receber o sacramento. A primeira parte você pode acessar aqui e a segunda, aqui.

São dois verbos em destaque no título deste artigo: converter-se e crer. São duas palavras chaves para falarmos de comprometimento cristão, espiritualidade pejoteira e seguimento de Jesus. Vamos falar do primeiro verbo: converter-se.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Reino de Deus está próximo

No último artigo eu havia comentado sobre o “tempo que já se cumpriu” e apresentei algumas reflexões a respeito do significado desta expressão. Ela está contida versículo 15 do primeiro capítulo do Evangelho de Marcos. A primeira parte deste versículo diz: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo”. O versículo inteiro era a temática de uma fala que eu faria para um grupo de crismandos que vão receber o sacramento pelos próximos dias.

As reflexões de hoje vão com a continuidade da frase acima: “O Reino de Deus está próximo”. Em torno desta expressão, muitas outras bem bonitas também surgiram e outras se agregaram: Civilização do Amor, Terra sem males, por exemplo.

Na cabeça de um jovem de pastoral da juventude está a ideia clara de que é necessário e urgente espalhar e viver esta proposta de que o Reino de Deus está próximo. A questão toda, porém, é como vamos colocar em prática esta ideia.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O tempo já se cumpriu

Comigo isso já aconteceu algumas vezes. Fui convidado para falar com um grupo, acertamos as datas, fechamos o tema e eu fui pensar na metodologia a ser adotada no dia. Algumas semanas depois sou avisado de que, por algum problema, na data já estabelecida não poderia ser realizado o tal encontro. Quando vamos verificar na agenda, a nova data não seria possível para mim.

Pois é. Isso aconteceu há poucas semanas novamente. O grupo para quem eu iria falar era uma turma bacana de crismandos que estão a poucos dias de receber o sacramento da confirmação. E haviam me pedido para falar do compromisso do jovem crismado.

Eu já fui catequista de crisma por alguns anos. É uma experiência formativa muito boa. E conheço um pouco deste universo, embora cada grupo seja diferente e cada geração nova apresente um novo desafio. Eu tinha claro para mim que a mensagem tinha que ser clara e direta, fácil de entender, mas desafiadora.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Olhar, sentir-se e ouvir


Um dia eu tive a intenção de ter um segundo blog. Diferente deste, era um blog prático, algo como um repositório, um baú, de onde as pessoas poderiam tirar novas ideias e velhas lembranças. Porém, seria igual a este blog também. Igual no sentido de que serviria para a pastoral da juventude animar seus encontros.

Um dia esta intenção se tornou vontade. E esta vontade se transformou em páginas de blog. E eu criei o “Dinâmicas para grupos de Pastoral da Juventude”. Em dois, três dias eu havia colocado algumas dinâmicas lá. Mas não divulguei publicamente.

O motivo foi simples. Ele não era um baú cheio. E ainda não é. São 31 dinâmicas presentes lá. Pouca coisa mesmo. Então resolvi fazer algo diferente da proposta original. Hoje os dois blogs irão “conversar”.

domingo, 16 de outubro de 2011

Qualquer método serve para a PJ?

Trabalhamos com jovens e fazemos parte de uma organização chamada Pastoral da Juventude. Nossas práticas pastorais têm como marca principal sermos sinais presentes do Reino de Deus na vida dos jovens e nas relações criadas com eles e por eles. E se é para sermos sinais que sejamos claros naquilo que transmitimos.

É certo, porém, que nem sempre conseguimos ser perfeitos. Algumas atitudes que tomamos são anti-evangélicas e contrárias ao protagonismo juvenil. Mas uma grande graça divina é que contamos com a correção fraterna de companheiros e companheiras que nos ajudam a melhorar.

Mas se o erro for discreto ou envolvido numa "capa" bem pejoteira? Será que ele passaria sem ser percebido? Será que atrapalharia os trabalhos pastorais? Será que, mesmo com ele, conseguiríamos atingir um objetivo cristão real e autêntico?

Aos meios e maneiras que usamos para chegar a um determinado fim, damos o nome de métodos. Na Pastoral da Juventude, um método com elementos anti-evangélicos pode nos ajudar a chegar a um resultado evangélico? Vejamos alguns exemplos (Todos reais, mas adaptados a partir de diferentes histórias).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tem sentido ser PJ hoje em dia?

Vez ou outra surgem alguns profetas do fim dos tempos anunciando a morte da PJ. Uma vantagem de se ter a idade que eu tenho e de ter passado tanto tempo na vida pastoral é saber que estes profetas são frequentes ao longo da história. E que nem sempre suas profecias são cem por cento erradas e nem cem por cento certas.

É certo que estes tais profetas falam a partir da visão de mundo que eles tem. E a partir dos interesses que os motivam a falar. Há também aqueles que fazem tais anúncios como forma de provocação. E a estes eu recomendo que se escute. Provocações são boas porque nos fazem reagir.

Há quem fale, por exemplo, da sua realidade local de Pastoral da Juventude. Dos grupos que estão desarticulados, dos jovens desmotivados e das assessorias perdidas. É fácil ser profeta do fim do mundo num contexto assim. É a tal da crônica da morte anunciada.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ler pra quê?

Queridos amigos e queridas amigas, leitores e leitoras deste blog, a satisfação em partilhar este texto com vocês é enorme. O companheiro José Luiz Possato Júnior, da lista da PJ e do blog "Os peregrinos", foi convidado e aceitou prontamente a tarefa de partilhar conosco um texto sobre Bíblia e Juventude. Mas ele fez mais do que isso. Conseguiu condensar num texto de quase duas páginas um exemplo de motivação e comprometimento com a leitura bíblica. Mas não vou adiantar mais nada do que ele escreveu. A leitura é fácil, prazerosa e instigante. Valeu Possato!!!

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Igreja e a Juventude – parte 2

Em diversos documentos a Igreja se pronuncia sobre as questões da juventude. Vimos um pouco disto no último artigo. A proposta desta segunda parte é trabalhar a partir da lógica oferecida por Dom Eduardo Pinheiro quando falou deste tema durante o 9° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude. E acrescentar a sua fala um último documento.

Durante o 9° ENPJ, realizado em 2009, Dom Eduardo Pinheiro, então bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB, apresentou uma palestra tratando a respeito dos jovens nos documentos da Igreja. Ele falou sobre os três dos mais recentes à época: As diretrizes da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010), o documento de Aparecida (V Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe) e o documento da CNBB sobre a Evangelização da Juventude.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Igreja e a Juventude – parte 1

Estamos às vésperas de uma nova Campanha da Fraternidade sobre Juventude. Isto já foi tema de artigo neste blog. E estamos também nas vésperas da primeira Jornada Mundial da Juventude por aqui. Os dois acontecimentos ocuparão o cenário eclesial no ano de 2013. É natural, portanto, que muitos pronunciamentos da Igreja nos últimos tempos sejam direcionados para a juventude. 

A proposta deste artigo é resgatar alguns dos pronunciamentos da Igreja sobre os jovens nos últimos 50 anos. Diz o documento 85 da CNBB sobre a evangelização da juventude que  “a Igreja Católica é uma das organizações que tem mais experiência acumulada e sistematizada no trabalho com a juventude. É importante resgatar essa experiência, estando atentos aos sinais dos tempos” (CNBB, Evangelização da Juventude – Doc. 85, n° 49).

Além de resgatar estes pronunciamentos, a proposta é apontar onde podem ser consultados. Como a pesquisa foi relativamente grande e muito material foi colhido, este artigo será dividido em duas partes. Vejamos a primeira delas.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Somos gente que quer ir além



Esse assunto todo começou num outro artigo, e teve continuidade no texto que contém a primeira metade dos princípios pastorais que vão orientar os Grupos de Trabalho (GT’s) iniciados na 30ª Assembleia Regional da PJ do Sul 1. 

O texto que segue abaixo contém a segunda parte destes doze princípios. É interessante perceber que estes princípios nos fazem olhar para como realizamos nossa prática pastoral, mas também permite que olhemos para os resultados dela. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Somos gente de princípios



Num outro artigo, comentava sobre a decisão que a Coordenação Regional da Pastoral da Juventude do Sul 1 (estado de SP) tomou em relação aos grupos de trabalho criados na última assembleia regional. Estes grupos de trabalho (GT’s) estão a serviço não da coordenação regional, mas sim dos grupos de pastoral da juventude (paróquias, dioceses e sub regiões) deste estado. E eles foram criados sob a inspiração dos projetos nacionais aprovados na última ampliada nacional. Cada GT recebe um nome de um dos projetos e procura desenvolver trabalhos a partir das motivações destes mesmos projetos.

Pois bem, a decisão que a CRPJ Sul 1 tomou diz respeito às orientações que estes GT’s terão para poder desenvolver o próprio caminhar. Foram dadas duas prioridades pastorais: “Nucleação de Grupos de Jovens” e “Trabalhar e Fortalecer a Identidade da PJ”. Isto significa que toda ação que estes GT’s tomarem tem que ter como objetivo último estas duas prioridades.

A pergunta que caberia fazer aqui é se vale qualquer ação para dar conta destas prioridades? A resposta clara é não! A CRPJ do Sul 1 elencou doze princípios pastorais que servem para balizar estas prioridades. E é sobre metade delas que falaremos hoje. Antes, vale ressaltar que estas dicas são direcionadas para os GT’s, mas podem ser utilizadas por qualquer grupo de pastoral que esteja interessado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Qualquer caminho serve?



É fato sabido por mim que muita gente do Brasil (e no exterior também) lê o que se publica neste blog. Eu tento ser o mais abrangente possível naquilo que se discute por aqui para que tanto o jovem do Sul, quanto do Centro-Oeste ou do Norte possam se sentir contemplados. 

E creio que não seja surpresa também que, por vezes, eu deixe transparecer aqui a minha origem paulista e algumas das experiências no IPJ, na diocese de São Miguel, na paróquia de Santa Luzia ou na convivência com os salesianos. Falo daqui das minhas raízes, mas sabe lá onde os meus galhos e ramos vão alcançar...

Seguindo esta linha, a proposta deste texto é partilhar com você uma discussão que tivemos na Coordenação Regional da Pastoral da Juventude do Sul 1 (estado de SP). Apontou bons caminhos para nós e espero que sirva para a realidade em que você vive, seja no grupo, na paróquia, na diocese, na congregação, no movimento, no oratório, na região ou para própria formação.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pelo fruto se conhece a árvore


Um dos textos que mais me deixou feliz quando terminei de escrever foi o da Árvore Pejoteira. Foi tão gostoso escreve-lo e deu uma repercussão tão bacana (veja, por exemplo aqui) que, apesar de ter sido escrita em fevereiro de 2011, até hoje tem gente me escrevendo a respeito deste texto.

Desde muito tempo, árvores e frutos são exemplos de boas metáforas a respeito do trabalho e da dedicação humana em diversos empreendimentos. Na PJ também se usa deste tipo de linguajar: “frutos do trabalho pastoral”, “plantar uma boa semente”, “esta missão frutificou muito”.

Na lógica do mercado fala-se muito na gestão por resultados. Claro que os resultados são importantes, mas na pastoral privilegiamos os processos, o “como é feito”. Na metáfora arboril, podemos dizer que a PJ sabe da importância dos frutos, mas tem um cuidado especial e um acompanhamento dedicado para com a árvore até que cheguem estes frutos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Já está chegando a hora de ir...


...venho aqui me despedir e dizer em qualquer lugar por onde eu andar vou lembrar de você. Só me resta agora dizer adeus e depois o meu caminho seguir. O meu coração aqui vou deixar. Não ligue se acaso eu chorar, mas agora adeus”.

Sim, é música do Roberto Carlos. Singela e bonitinha. E, sim. Eu gosto das músicas dele. Essa foi uma das primeiras que aprendi a tocar no violão. Lembrei dela quando comecei a pensar sobre como começaria o artigo de hoje.

Há algumas coincidências que são engraçadas. Em menos de duas semanas, três pessoas diferentes acabaram relatando um problema pastoral semelhante. Os casos tratam de uma mesma situação vivida em instâncias diferentes da PJ. E como perguntaram o que eu achava disto, resolvi escrever aqui.

Imagine que você seja parte da coordenação de um grupo de jovens e que, por um motivo importante você precise deixar este serviço. Você sabe da importância do grupo, tanto para você, como para os outros participantes e a comunidade onde ele está inserido. Você quer bem a estas pessoas. Elas são significativas na sua história.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Onde está teu tesouro, aí estará teu coração

Há alguns dias aconteceu na cidade de Araras, em São Paulo, a 17ª Romaria da Juventude, promovido pela PJ do Sul 1. Eu estive lá. Foi uma atividade que teve uma repercussão interessante, em especial pela presença de aproximadamente oito mil pessoas. Por estes dias também irá acontecer em Madri a Jornada Mundial da Juventude. Há uma delegação grande de brasileiros e entre estes há muitos jovens da PJ. Há de ser uma das maiores Jornadas Mundiais em termos de participação. E certamente repercutirá pela quantidade de participantes.

Dadas as devidas proporções, ambos os eventos tem uma preocupação primeira que não é a quantidade de participantes. Mas é esta a marca que fica para quem está fora da atividade. Eventos relevantes juntam milhares de pessoas. Gente acaba chamando mais gente.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Jovem: ser pessoa

É uma grande alegria poder ter entre os artigos deste blog um texto da querida Ana Cláudia. Corre um sangue legitimamente pejoteiro nas veias desta mulher. Foi coordenadora e assessora regional no Sul 1. É até hoje um dos meus referenciais no que diz respeito ao amor que deve se dar ao trabalho pastoral. É uma honra tê-la por aqui, Ana.

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Quando Rogério me pediu para falar sobre o tema jovem ser pessoa, vieram diversas idéias na cabeça, várias histórias, algumas músicas que fizeram e marcaram o período “jovem” da minha vida. Apesar de me sentir bem disposta para muita coisa, os anos passam e tenho clareza  que para algumas questões o tempo já passou e mesmo com toda disposição do mundo, sei que agora cabe a outros continuar a caminhada. Claro que posso contribuir, existem diversas outras formas de fazê-lo sem fazer o que cabe aos protagonistas desta história.

Bem, mas chega de enrolação e vamos ao que interessa! Mas afinal, o que entendemos por “Jovem: ser pessoa”? Não vou dar nenhuma denominação teórica,  mas romantica da coisa, um pouco parecido comigo. Ser jovem é aprender que o amor vai além do que compreendemos, é não ter medo, é saber se encantar com as pequenas coisas, sentir a brisa no rosto, sem se preocupar com as rugas. Compromissos (e quanto compromisso!), para outros descompromisso, momento de arriscar e buscar o que nos faz feliz.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

PJ e os desafios da educação

Hoje eu tenho a grata satisfação de compartilhar com os leitores deste blog um texto do amigo e eterno pejoteiro Raimundo. Ele também é assessor no Instituto Paulista de Juventude, historiador e professor. Foi membro da coordenação da Pastoral da Juventude de São Miguel Paulista e é um dos três poetas do blog Mirazé. Ele foi convidado a compartilhar um texto conosco sobre a PJ e os desafios da Educação. Texto cheio de desafios e inquietações. Valeu Raimundão!!! Você foi (para não fugir da regra) bem preciso! Aproveitem do texto!

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O que a PJ tem a ver com o Mundo da Educação? O que os jovens que alimentam os grupos e comunidades por todo o país podem ou devem fazer em relação a esse tema?

São muitas as esquinas em que PJ e Educação se encontram e se abraçam. Creio que um desses pontos tem a ver com o Projeto de Vida de muitos dos líderes da PJ, que é ser Educador no sentido mais amplo da palavra. Podemos afirmar que a “Pedagogia Pastoral” (As palavras-chave dessa Pedagogia aparecem em negrito ao longo do texto), fortemente inspirada na Prática de Jesus, acaba desembocando em uma escolha profissional, uma opção de trabalho pela vida toda. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Estatísticas pejoteiras

Uma coisa que eu aprendi no curso de jornalismo e que a PJ me ajudou a entender melhor foi a importância das estatísticas. Elas servem para dizer um monte de coisas, sejam verdades, meias verdades, ou mesmo mentiras. Isso se dá porque os números tendem a impressionar, ainda mais se estiverem acompanhados de gráficos bonitos e textos bem escritos. Mas é importante observar o que está nas entrelinhas e nas possíveis intenções de quem escreve e de quem publica.

Por que digo isso? Porque muitas vezes nem temos dimensão do que alguns valores querem dizer. Por exemplo, dizem que a minha diocese tem mais de três milhões de habitantes. O que significa três milhões de pessoas? Você consegue quantificar isso? Consegue enxergar um povaréu deste tamanho? É muita gente! Ainda mais numa diocese pequenina territorialmente como é São Miguel Paulista. E eu acho que vou demorar muitos e muitos anos pra ter convivido ou conhecido três milhões de pessoas, se é que isso seja possível.

Números soltos, portanto, impressionam. Mas estamos falando aqui de estatísticas. E elas podem ajudar bastante nosso trabalho pastoral. Basta entender as entrelinhas, como já disse. Veja só: Você sabe hoje quantos grupos de Pastoral da Juventude existem em sua diocese? E quantos jovens são ligados a estes grupos? Saberia dizer qual o impacto que os grupos de PJ tem sobre a realidade juvenil da sua região?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

É a vista de um ponto


Eu me recordo bem de um dos encontros de formação que fizemos no Instituto Paulista de Juventude. Era um grupo de 50 jovens que batizamos de Ruah. Ao término daquele fim de semana, no momento de oração final, posicionamos 50 velas de tal maneira que elas formavam o nome do grupo. Contudo quando as pessoas entravam na sala, parecia apenas que eram velas posicionadas umas ao lado das outras, ao acaso. Contudo, ao se posicionarem num local estrategicamente pensado, era possível ter clareza da mensagem por trás daquela organização.

Assim foi no encontro, assim também é no restante de nossa vida. Nossa compreensão do mundo que nos cerca é estabelecida pelo nosso posicionamento e pelo olhar que temos a partir de onde estamos. É claro que há uma tendência da sociedade como um todo de padronização das práticas e costumes. Igrejas, escolas, a mídia e instituições em geral tentam normatizar o entendimento da realidade a partir daquilo que elas próprias concebem por padrão.

sábado, 16 de julho de 2011

Não há libertação sem risco de perder

Outro dia estava ouvindo um CD que eu aprecio muito. Era do Padre Zezinho. Dentre as canções que ele interpretava, parei para refletir numa letra que eu já cantara tantas vezes. A música era “O amor é a resposta”. E acabei ficando com o verso que dá título a este artigo na cabeça por alguns dias. Não há libertação sem risco de perder.

A princípio vieram a minha mente tantos mártires que celebramos em nossas comunidades e atividades. A partir deles nós fazemos memória das vidas doadas por uma causa. Mas no fim das contas, este é o grande paradoxo. Se nós celebramos o Deus da vida, porque lembramos daqueles que morreram por uma causa e até os colocamos como exemplos de uma vida com propósito?

sábado, 9 de julho de 2011

Coisas que aprendi na assessoria da PJ


Não quero lançar meu currículo pela internet, nem dizer que sou bom numa coisa ruim em tantas e tantas outras. Quem me conhece sabe das minhas qualidades e dos muitos defeitos. Mas não é isso que vem ao caso agora. Em tempos de dicas e de tentativas de mostrar caminhos possíveis, acho que este é um bom momento para dar um testemunho, como dizem nas igrejas por aí, e falar do aprendizado que tive nesta minha vida de assessor.

Todos os pontos que vou colocar abaixo são realmente coisas que aprendi. Nem todos eu consegui vivenciar plenamente, mas estou na busca de aprimorar. E, se testemunhos valem, digo que por tudo que está exposto aí, vale muito acompanhar os jovens. Vamos aos itens!

sábado, 2 de julho de 2011

A JMJ com um ar pejoteiro

Caminhar sempre foi uma marca forte dentro da Pastoral da Juventude. Há a memória bíblica da caminhada do povo de Deus para a Terra Prometida e há a associação deste peregrinar com a nossa luta diária, cercada de desafios, alegrias, tropeços e sonhos.

Da mesma maneira que o povo da Bíblia, nós também não caminhamos para qualquer lado, como se fôssemos baratas tontas. Pejoteiros bem formados caminham com o olhar para um horizonte, com objetivos e metas concretas. Não andam por andar. E por onde passam, deixam suas marcas, as pegadas de suas histórias para servir de guia ou indicativos para quem vem depois.

Estamos às vésperas de uma nova peregrinação. Trata-se da Jornada Mundial da Juventude. Este ano ela acontecerá em Madri no mês de agosto. Reunirá centenas de milhares de jovens. Entre estes, muitos jovens da Pastoral da Juventude.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Não foi um sonho sonhado só

Normalmente este blog tem os textos voltados para a Pastoral da Juventude de forma geral. São partilhas, reflexões, ideias, pistas, questionamentos, histórias que tem a proposta de ajudar àqueles que topam seguir o jeitão pejoteiro. Mas o texto de hoje tem um olhar diferente.

A cada três anos, a pastoral da juventude do estado de São Paulo se reúne para olhar sua caminhada, refleti-la à luz da proposta de Jesus e lançar proposições para os anos seguintes. A esta reunião damos o nome de assembleia regional. Em nossa história local já aconteceram 30 destas assembleias. A última foi entre os dias 23 e 26 de junho de 2011 e aconteceu na cidade de Bragança Paulista. Foi a 10ª assembleia que eu participei. Mas foi a primeira enquanto assessor regional.

O que eu gostaria de partilhar com vocês são algumas impressões pessoais deste momento singular da Pastoral da Juventude deste estado. Não é uma opinião da equipe de coordenação, porque não se passou nem uma semana desta assembleia e não sei a opinião de todos. Não nos reunimos para avaliar esta atividade e as implicações decorridas a partir dela. Mas eu tenho algumas intuições do que vem por aí...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

…E todos nós bebemos de um único Espírito

Para os amigos e amigas que acompanham este blog, segue um texto escrito desta vez pelo Henderson, um nobre companheiro da PJ do tempo em que militávamos na diocese de São Miguel Paulista. Vale a pena ler. É um texto cheio de memórias e mensagens. Obrigado Henderson.

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    Todo Domingo de Pentecostes é assim. Minha memória volta a uma gelada sexta feira, 11 de fevereiro de 2000, nos arredores da Estação Corinthians-Itaquera, extremo da região leste de São Paulo. Era de lá que saía, a cada três meses, o ônibus que levaria a galera para um dos encontros da edição do Projeto Eu Sou Mais 7 X 7, da então Pastoral da Juventude da Diocese de São Miguel Paulista.

    Naquela sexta-feira, ocorreria o segundo encontro do Grupo Pentecostes, mas o primeiro que eu participava. Até então, eu nem sabia que havia Pastoral da Juventude Diocesana – era apenas mais um que, na companhia de outros quatro amigos, tentava organizar o grupo de jovens na Paróquia São José Operário, no Conjunto José Bonifácio, mais conhecida como a Cohab 2.

sábado, 11 de junho de 2011

O papel das representações

Sim, há quem diga que o grande problema da pastoral da juventude hoje é a pouca atenção que se dá aos grupos de base. Imagino que esta não seja uma realidade em todo canto. Mas já ouvi isto de bocas diversas e li isto vindo de e-mails e chat’s diferentes também. Penso que os grupos de jovens são uma das prioridades sim e não se deve esquecer deles em nossos planejamentos pastorais. Já comentei sobre isto recentemente no artigo “Há que se cuidar do broto”. Contudo creio que existam outros itens a serem considerados.

Uma amiga me disse outro dia que o problema é que os jovens dos grupos vão para as “instâncias” e esquecem da base. Digo que isto pode acontecer e que já vi com mais de um representante. E também já vi o contrário, gente muito comprometida com os grupos, como também presenciei momentos de falta de preocupação com as bases de gente séria e responsável. Ou seja, neste universo que é a representação de instâncias e na nossa organização pastoral nos diversos níveis, há de tudo.

Por “instâncias”, quero dizer desde a paróquia, onde o grupo de jovens vai se fazer representado, até a coordenação nacional da PJ. Por incrível que pareça, há perfis de representações que se repetem nestes níveis. Como entender que papéis existem e como trabalhar com eles? Não é minha intenção falar de todos os perfis, mas contribuir com algumas reflexões. Vamos a elas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Os nós de uma relação: eles e nós

Imagine um casal de namorados. Imagine agora que eles brigaram e se separaram. Além disso, esta separação se deu por algo mal resolvido. Se você é amigo de um dos dois, sabe que quando encontrá-lo ou encontrá-la, o assunto do outro ou da outra aparece na pauta de conversa entre vocês e o papo fica girando em torno dos mesmos assuntos. Fica um ambiente ruim e que você sabe que isto não vai resolver nada. Conseguiu imaginar esta situação?

E em um ambiente da Igreja, isto seria possível? Não entre pessoas, mas entre grupos? Sim, isso acontece. E confesso que pessoalmente tenho cada vez menos paciência com isso. Criam-se inimizades como se os grupos fossem rivais lutando por um mesmo espaço. Claro que existem diferenças, e elas são importantes, mas em nome destas diferenças tenta-se matar o diferente.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Alimentar diariamente a utopia

Repercutiu de uma maneira interessante o texto sobre o “curtir o momento, publicado aqui no blog. Recebi alguns e-mails e comentários de amigos que me encontraram pessoalmente. Algumas reações foram de desconforto, outras de impotência, outras de desafio. E fico realmente feliz com isso. Alguma reação foi gerada. Não foi um texto morno. Que bom.

Mas tenho para mim que o simples olhar para a realidade não basta somente. É preciso dar um passo além. Diante do incômodo, desconforto, impotência e desafio que o texto ou o cotidiano real nos apresenta, que postura eu devo tomar? Se a minha linguagem não comunica o que desejo a quem precisa, não é necessário rever a linguagem ou a maneira de me comunicar, por exemplo?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O negócio é curtir o momento. O resto é resto.

O ontem já era. O amanhã não é certeza. O que temos de real é só o hoje. Ou talvez nem isso. O que temos mesmo é o momento de agora. Curto mesmo. Eu tenho mesmo é que aproveitar. Bobagem pensar que existe algo além daquilo que se vive no aqui e no agora. É o instante! Piscou, já foi. Virou sombra na neblina.

E o que está feito, está feito. Não há como consertar ou voltar atrás numa atitude tomada. É bobagem se arrepender. Para que existe a culpa? Só para te deixar com um sentimento de peso e de remorso. Bobagem, novamente, bobagem, eu digo. Quem se arrepende do que faz, tem medo de viver; viva e deixe acontecer, eu sempre repito.

sábado, 21 de maio de 2011

E quanto à Jornada Mundial da Juventude?

Num outro artigo deste blog, eu defendi que é preferível que trabalhemos, enquanto Pastoral da Juventude, com os grupos de base ao invés de preferir os eventos de massa. Contudo, esta relação não pode ser de exclusividade, ou seja, uma coisa ou outra coisa. Há de se encontrar um ponto pacífico de convivência entre estas duas formas de trabalho.

Neste mesmo artigo também há a ideia de que eventos de massa só são válidos se for feito um trabalho prévio com os grupos, sobre a proposta do encontro, sobre como se preparar para ele e sobre como ele pode ser útil pastoralmente.

Se já foi dito isto, por que voltar ao assunto? Porque o assunto voltou à pauta, mas agora com algumas outras variáveis que não estavam no artigo original. Não estamos falando de um evento de massa qualquer. Trata-se da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá este ano em Madri e, possivelmente, em 2013 no Brasil. No que é que isto implicará?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Há que se cuidar do broto

Eu nunca fui atrás do significado original da música “Coração de Estudante”. E não é porque eu não goste de fazer isto, aliás gosto muito de ir atrás das raízes das músicas das quais eu gosto. Mas no caso desta canção, gosto dos múltiplos sentidos que ela me proporciona. Um deles tem a ver com o nosso trabalho pastoral.

Mas renova-se a esperança / Nova aurora, cada dia / E há que se cuidar do broto / Pra que a vida nos dê flor e fruto”. Não há como negar a importância dos brotos. Não há árvore que dure para sempre. Algumas podem até duram longos anos, mas não são a maioria. O cultivo das pequenas mudinhas garantiram alimentação e sobrevivência dos seres humanos e diversidade no universo agrícola.

E no nosso mundo pejoteiro, também não há como não fazer uma associação imediata aos "brotos", aos grupos de jovens. Eles estão esparramados e articulados pelo país; não há PJ que se sustente ou que se legitime sem eles. Não sou um “basista”, porque acredito que a PJ não é só grupos de base, mas não há como nenhum pejoteiro negar que eles são uma das peças principais deste mundo da PJ.

domingo, 15 de maio de 2011

Roteiro de santidade

Quando se participa de uma comunidade católica, normalmente se tem uma devoção ou carinho especial pelo santo padroeiro que o povo daquela localidade homenageia. Há mais santos e santas catalogados do que dias no ano. Histórias belíssimas de alguns. Histórias estranhas para nossa cultura se olharmos a vida de outros. Há santos com vários títulos e dias distintos voltados a sua lembrança, como é o caso de Maria, mãe de Jesus, ou mesmo de são José (19 de março e 1° de maio), por exemplo.

Mas há uma observação que faço na Pastoral da Juventude, que não sei ainda se é puramente uma falsa impressão ou uma realidade estranha. Com exceção à figura de Nossa Senhora, não percebo uma devoção explícita aos santos e santas apontados pela Igreja. Será isso mesmo?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Quer ser mais um na multidão?


Toda a semana, religiosamente por dez vezes eu faço a mesma experiência. De segunda a sexta-feira, duas vezes por dia. Normalmente por volta das oito da manhã e das cinco e meia da tarde. Não posso considerar uma experiência científica porque os resultados não se repetem. Normalmente inicio imaginando algumas possibilidades, mas vira e mexe sou surpreendido. Confesso não é algo muito agradável de ser feito na maioria das vezes, mas geralmente é algo inspirador. Tanto isto é verdade que esta experiência me motivou a iniciar o texto de hoje.

Todos os dias de segunda a sexta feira eu utilizo o transporte público de São Paulo para ir trabalhar e para voltar para casa. Eu e milhares de pessoas. Todos estes dias eu faço a experiência de ser um na multidão. E sei que encontrarei pessoas que nunca mais verei na vida. Somos uma multidão de iguais, mesmo sendo muito diferentes.

Você já fez uma experiência semelhante? Já andou numa rua cheia de gente desconhecida, apressada? Já pegou ônibus ou avião em véspera de feriado? E, caso tenha feito algo semelhante a isto, já reparou que pouca gente repara nos outros? Eu reparo.

E tem algo fascinante nisto tudo. A maioria das pessoas não quer chamar a atenção, mas gosta de (ou opta por) se apresentar bem. E se apresentar bem é seguir o senso comum daquilo que é socialmente bem aceito. Mas o fascinante ao qual me referi não é o senso comum, mas a ruptura. Não há quem não repare em um penteado, um vestido, um piercing, uma camiseta ou qualquer peça ou postura que pareça fora do padrão. Não digo que estas pessoas (maioria jovens) se utilizem destes recursos para chocar. Alguns até se chocam. Mas creio que eles queiram marcar sua presença numa sociedade de “iguais”.

E, por falar em pastoral, o que uma coisa tem a ver com a outra? Ah sim. Dá para começar uma conversa boa com isto. E a continuidade desta conversa vai depender da reação que você vai ter com este texto.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O segredo do sucesso das organizações

Em tempos de auto-ajuda empresarial, onde qualquer dica simples vira “o desvendar do mito” que pode “render milhões”, foi provocativo e intencional colocar um título como este neste artigo. Que bobagem! Ao final da leitura, qualquer texto publicado na internet deixaria de ser segredo. A intenção era ser um título atrativo.

A palavra “segredo”, por conta disto, possui a sua magia. Quem coloca um título com esta palavra, disseram-me os entendidos em textos de internet, atrai muito mais visitas. Não duvido disso não. Aliás, até creio que eles estejam com a razão. Este é um teste!

Mas como um texto não se faz somente com o título, é preciso que tenha algum conteúdo também! E não pode ser um conteúdo mentiroso ou enganador. Se eu quero partilhar um “segredo de sucesso”, tem de ser algo valha a pena o sacrifício da leitura.

E é um segredo simples, uma dica até meio óbvia, mas que os compromissos e atividades cotidianas por vezes nos fazem esquecer ou deixar para trás. E olhando para nossa atividade pastoral, sinto que em alguns casos este segredo não chega a ser secreto. É apenas esquecido ou engolido pelas tarefas e estruturas que temos e pelas que são criadas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Identidade e articulação

É fato conhecido que um grupo de jovens sozinho não é Pastoral da Juventude. “Como não??? A base da PJ são os grupos!!”, pode questionar um leitor. A este leitor eu peço que releia a frase. Um grupo de jovens SOZINHO não é Pastoral da Juventude.

Se ainda assim, meu caro amigo não entender a mensagem, explico de um jeito diferente. Pastoral se dá na articulação, da mesma forma que uma pessoa sozinha não é comunidade e até para rezar do jeito cristão é necessário que existam pelo menos duas pessoas (Mateus 18,20).

Espere aí! Meu grupo está numa região onde não existe mais Pastoral da Juventude. Nós nos identificamos com a proposta. Então não somos PJ?”.

domingo, 24 de abril de 2011

Vamos falar da CF 2013?

Sabemos que a época da Quaresma é período propício de reflexão e conversão pessoal, em vista da Páscoa. E sabemos também que durante este tempo, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Fraternidade, a cada ano com uma temática específica.

O tema da juventude foi tratado em 1992 e, incrivelmente, eu me lembro disto, porque eu era jovem nesta época! Lembro que em 1989 recolhemos assinaturas no grupo em que eu era crismando, num abaixo assinado pedindo que a CF-91 fosse sobre juventude. Não conseguimos porque naquele ano de 1991 a campanha foi sobre o mundo do trabalho, em comemoração pelo centenário da encíclica “Rerum Novarum”, escrita em 1891 pelo Papa Leão XIII e que foi a primeira carta papal a tratar da realidade do operariado.

Mas o tal do abaixo assinado que passou pelo meu grupo rendeu frutos pelo Brasil. Foram 457 mil assinaturas, colhidas em 187 dioceses. E a campanha acabou mesmo acontecendo em 1992. Desde o ano anterior eu vi pipocar em diversos lugares cursos, assembleias, formações e até escola de samba. “Juventude, caminho aberto” era o lema desta campanha. Deu um ar de novidade, foi muito bem trabalhada na minha realidade e fez com que o tema da campanha ficasse colado com a ideia de um trabalho pastoral.

sábado, 16 de abril de 2011

E por falar em pastoral... Um ano pejotando

Sabe aquela história de que parece que foi ontem que qualquer coisa aconteceu? Parece que foi ontem que eu te conheci, parece que foi ontem que o Corinthians foi campeão, parece que foi ontem que a gente fez aquele concurso, parece que foi ontem... Pois é. Parece que foi ontem que eu comecei a postar alguns textinhos na internet e a consultar amigos se aquilo estava bom, claro e se serviria para alguma coisa...

Parece que foi ontem... Mas faz um ano. Foi em 21 de abril de 2010 que o primeiro artigo foi postado. Depois dele foram dezenas de outros. E hoje chegamos ao artigo número sessenta e quatro. E como em toda boa virada de ano, é chegado o momento de uma retrospectiva.

Não dá para destacar aqui todos os outros sessenta e três artigos. O que dá para fazer é uma retomada por temáticas, temas tão pessoais que você pode até discordar – e eu adoraria que discordasse, mas são aquilo que eu acho hoje. Vamos a elas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

10 semelhanças entre blogar e pejotar (e 1 diferença)


Dia 21 de abril próximo, este blog completará um ano de existência. Muitas coisas eu aprendi sobre esta ferramenta. Várias delas dizem respeito à própria técnica, outras foram dicas para escrever melhor e para atingir o público, outras ainda diziam respeito a adereços e instrumentais que eu poderia acrescentar ao blog para que ele fosse mais atrativo e funcional.

Vi tantas semelhanças entre a maneira de produzir um blog e o nosso agir pastoral que resolvi compartilhar estas semelhanças com vocês. Mas há uma diferença fundamental que separa uma prática da outra. E elas estão aqui apresentadas para que possamos aprender uns com os outros.

domingo, 3 de abril de 2011

Você me daria a mão?

Para quem sempre acompanha este blog, segue uma “curiosidade”: poucos foram os artigos que eu escrevi que não tiveram a inspiração de uma pessoa, situação ou grupo. Alguns leram e logo se identificaram, outros sabiam que era deles os exemplos que eram dados, mais alguns ainda viveram ou ouviram dizer das situações ali relatadas. Pois bem, o texto de hoje não foge a esta regra. A exceção é que eu hoje eu vou apresentar a motivação por trás deste artigo.

Recebi esta semana um e-mail relatando que mais uma equipe diocesana de PJ neste país havia sido convidada a se desmanchar depois de algum tempo de caminhada. Vivi na pele estes mesmos sentimentos e sei o quanto é difícil este momento para os companheiros e companheiras de lá.

sábado, 26 de março de 2011

Reflexões pastorais – 2


Continuando o artigo da semana passada, seguem hoje mais três dicas/reflexões para nossa caminhada pastoral.


5.    Entenda para quem você está falando. Adapte-se ao seu receptor. Mas não o subestime.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Reflexões pastorais - 1

O povo gosta de dicas. Eu já disse isso por aqui. E o bom delas é que não são orientações rígidas ou fechadas. Dá para qualquer um de nós adaptá-las de acordo com a própria realidade. Eu também gosto de dicas.

Embora muitas delas sejam bem básicas, a gente sempre pode aprender um pouco mais. Eu gosto de fuçar pela internet e, vez ou outra, acabo achando umas páginas básicas com sugestões e ideias que eu ainda não havia pensado. Que surpresas boas se podem encontrar por aí.

E como estamos sempre aprendendo, partilho hoje com vocês algumas reflexões (minhas e de tanta gente que colaborou na minha caminhada) que acho que podemos crescer juntos. Eu dou o primeiro chute e fico esperando as devolutivas de vocês (nos comentários ou nos e-mails)!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sua ação faz diferença?


Há pessoas de ação! E como! Estão sempre correndo de um lado para o outro. Não param. Conversam com um, estão debatendo com outra, ligam para fulano, marcam encontro com beltrana. Estão sempre na ativa. Enquanto fazem uma coisa, já estão pensando em outras duas ou três que são necessárias. Mas e aí? Qual o resultado de tanta correria? Que diferença isso tudo faz?

Conheço muita gente de ação na PJ. Muita gente assim nas comunidades em que passei. Gente que faz e que fez muita coisa. Gente querida e gente amável. Gente sempre presente e gente atuante. Mas qual o fruto de tudo isso? E, se houve fruto, quem se beneficiou deles?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Lembrando de Dom Helder.

Outro dia, vindo para casa, vi que um rapaz lia muito interessado um livro de citações. Dei uma espiada sobre os ombros e pude conferir algumas delas. Umas eram interessantes, outras nem tanto. Isto me fez recordar que vira e mexe, eu também recebo algumas frases assim por e-mail de tanta gente que eu conheci virtualmente e pessoalmente.

Pequenas frases e citações são como pequenos impulsos que podem fazer a diferença no começo de um dia ou num momento de maior reflexão. São textos inspiradores que servem de epígrafes (aquelas frases curtas dos inícios de documentos e que resumem a ideia a ser apresentada por ele) para vários documentos, inclusive os da Pastoral da Juventude.

Entre os muitos bons oradores que me inspiraram, um deles teria feito 102 anos em fevereiro passado, mas Deus quis dar por cumprida sua tarefa terrena há doze anos. Trata-se de Dom Helder Câmara. Ele nos brindou com algumas frases bem marcantes e que eu acabei recolhendo de um e-mail que recebi por ocasião de sua morte. Compartilho, portanto, este texto com vocês.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Por que você caminha?

Há quem ache que o universo conspire em seu favor. Há quem acredite em destino. Há até gente que crê que quem espera tudo alcança. Como pejoteiro, não acredito nisto. Não condeno quem acredita, mas esta crença não faz parte do meu dia a dia. E explico o porquê.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A árvore pejoteira

Existem muitos tipos de árvores. Há aquelas que são conhecidas por seus frutos, outras pelas belas flores, algumas pelo seu porte e outras tantas pela sombra gostosa que oferecem em dias de calor.

Não sou especialista em árvores, mas gosto muito delas. Há uma, em particular, que em alguns lugares corre o risco de extinção, mas em outros cantos floresce e frutifica plenamente. Chama-se árvore pejoteira.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Parábola dos dois irmãos

Havia um pai que criava dois filhos. No passado, eles eram de uma família muito importante, talvez a mais conhecida e respeitada daquela região. Pessoas vinham de longe para ouvir os conselhos do pai. Seus costumes serviam de inspiração e modelo para toda uma população. Mas isto foi em outros tempos. Outras famílias foram ganhando importância. A TV passou a ser a conselheira de muitos. E não restou outra alternativa ao pai e aos dois filhos a não ser se mudarem para um lugar mais distante, onde a riqueza dos outros não os ofuscasse e onde os conselhos do velho pai pudessem ter alguma serventia.

Embora eles tivessem bens e imóveis na região central daquela região, o pai resolveu levar os filhos para um lugar mais afastado. Eles tinham uma casa num lugarejo distante, de poucos recursos e pouco acesso. O pai imaginou que ali seria um bom lugar para criar os filhos e tentar restabelecer a importância da sua família.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dom Bosco e a PJ

Como entender a vida de um santo, sem compreender suas motivações e o tempo em que ele viveu? E, se o tempo e a sua realidade de vida são tão importantes assim, como transportar para os dias de hoje o seu exemplo de vida, suas intuições e seus conselhos e exortações?

Eu achava, erroneamente, que aquilo que um santo dizia servia para todas as pessoas em todos os cantos do mundo em qualquer tempo que fosse. Acho que isso foi por “culpa” de Dom Bosco, um santo italiano do século 19 e que dedicou sua vida aos jovens e às crianças.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tá na base ou tá na massa?

Há tempos eu venho participando de comunidades, listas, perfis, grupos virtuais, blogs, fóruns e tudo que possa ser ligado à Pastoral da Juventude seja por e-mails, páginas ou redes sociais da Internet. Tem muita gente boa fazendo coisas fantásticas por aí. É só dar uma busca e você vai achar um bocado de coisas interessantes.

Mas nestes mesmos lugares onde encontramos tantas maravilhas, também encontramos muita gente querendo começar alguma coisa ligada a PJ sem saber direito como fazê-lo. Há jovens aprendendo na tentativa e erro. Há outros buscando fora da PJ experiências que nada tem a ver com a nossa prática pastoral. E, pior, chamando esta nova prática de grupo da pastoral da juventude.

Este blog nasceu com alguns objetivos. Um deles era partilhar o que é básico na PJ para tanta gente que tenta realizar esta prática pastoral, mas não sabe direito por onde começar. Um dos conceitos básicos da PJ que vem se perdendo por aí, até de gente pejoteira com mais tempo de caminhada, é o trabalho com pequenos grupos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A gente se vê na luta

Não. Não dá mais para pensar que a PJ tem todas as respostas para todas as juventudes. E nem que seus questionamentos servem para todos os jovens. Confesso que eu tive esta ilusão quando estava em meus primeiros anos na pastoral. Mas este é um fato que hoje eu compreendo melhor. Agradeço, pois, ao tempo e às muitas divergências com quem pensava diferente de mim em tantos e tantos aspectos.

Deixei de lado também a versão maniqueísta de que a PJ é o bem e quem não caminha ao nosso lado é o mal. Como se perdem oportunidades e contatos maravilhosos com tantas e tão boas lideranças por causa desta visão estreita!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os Sete

No Instituto Paulista de Juventude temos um projeto de formação de lideranças chamado “Eu sou + 7 x 7”. É um grupo de cinquenta jovens (por isso do nome “sete vezes sete mais um”) onde a mística do número sete é bem valorizada.

Conforme já havia dito antes, esta invenção não é nossa. O número sete é valorizado em várias culturas, sociedades, religiões e entidades. Da nossa parte, recebemos esta herança dos escritos bíblicos e de influências que a própria sociedade atual nos presenteou.

Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. Pedro queria saber se sete vezes era um bom limite para se perdoar. Jesus disse que era setenta vezes sete. Sete homens foram escolhidos para serem diáconos e ajudar na Igreja primitiva. Sete pessoas foram as únicas que se salvaram juntamente com Noé, das águas do dilúvio. Sete são as igrejas da Ásia que João relata em sua visão. João viu na mão de Deus um livro selado com sete selos.

Tanto sete assim na Bíblia deve ter algum significado. E tem. O sete é o número da perfeição, daquilo que é completo, daquilo que se completa. A ideia deste artigo foi trazer o número sete para as relações juvenis e para a Pastoral da Juventude, refletindo alguns temas que lhe são importantes. O que falta a estes grupos? Como melhorar em seus propósitos? Segue a lista dos artigos.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sete maravilhas da PJ

Quando falamos em “maravilha” pensamos em algo que nos desperta uma grande admiração por causa daquilo que é capaz de fazer ou por sua perfeição, grandeza ou beleza. Há uma lista já bem difundida de sete maravilhas do mundo antigo (As Pirâmides de Gizé, os Jardins suspensos da Babilônia, o Farol de Alexandria, o Colosso de Rodes, o Mausoléu de Halicarnasso, a Estátua de Zeus em Olímpia e o Templo de Ártemis em Éfeso) e de outras sete maravilhas do mundo moderno (Muralha da China, Petra na Jordânia, Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Machu Picchu em Cuzco no Peru, Chichén Itzá em Yucatán no México, o Coliseu em Roma e o Taj Mahal na Índia).

As duas listas com as sete maravilhas são de locais importantes seja por sua história, por sua arquitetura ou por serem locais de grande visitação, devoção ou memória. Há algumas outras listas de sete maravilhas espalhadas por aí. Todas elas valorizam o que se julga ser aquilo que há de mais importante, relevante ou notável.

Como listas são coisas totalmente discutíveis e eu não quero abrir mão de uma boa discussão (porque aprendemos sempre com quem pensa diferente), lanço aqui no último artigo da série “Os Sete” as “Sete maravilhas da PJ”. São elas que diferenciam a PJ de outras formas de organização juvenil e, por causa delas, eu estou na PJ até hoje. Vamos a elas.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sete sinais de um mau planejamento

Elaborar um planejamento é montar um plano, roteiro ou programação para um determinado fim. Na Pastoral da Juventude, há uma boa preocupação de que esta atividade seja feita com cuidado e atenção. Contudo, nem sempre isto acontece.

Há grupos, militantes, assessores, instâncias da PJ que por falta de tempo ou presença de outras pessoas não planeja adequadamente um próximo ano, um conjunto de atividades ou as etapas de uma formação, por exemplo.

Quando um planejamento é feito, há alguns sinais que podem ser percebidos para saber se há a possibilidade dele dar certo ou não.