sábado, 28 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013

Os jornais fazem. Os canais de televisão também. As emissoras de rádio, idem. Os grandes e pequenos portais entraram no embalo. Como é uma coisa boa, acabei fazendo de novo. Seguindo os passos do ano passado, vai aqui a Retrospectiva dos artigos publicados neste blog durante 2013.

No total, foram trinta e cinco textos publicados no ano (com este aqui são trinta e seis). Com esta produção, o blog chega a 185 artigos. É uma quantidade boa. Se você quiser, pode acessar os textos deste ano por aqui mesmo e os anteriores pelas pesquisas por temática, por palavra chave ou pelas sugestões na coluna lateral. Mas vamos às descrições

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sobre questões linguísticas e de interpretação

Já participei de muitas formações a respeito da Pastoral da Juventude. Muitas delas eu ajudei a preparar. Talvez tenha sido um erro da minha parte, mas eu sempre apostei que as obviedades não precisariam estar na pauta dos temas.

Dou um exemplo. Havia uma apresentação muito comum (ainda há quem a faça) de diferenciar Pastoral DA Juventude de uma tal Pastoral DE Juventude. Fora os malabarismos gramáticos e morfológicos, eu aprendi que a essência desta discussão não estava no uso ou não do artigo A junto com a preposição DE, mas sim no Protagonismo Juvenil.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Vivendo de reunião

Uma das maiores queixas dos pejoteiro é o excesso de reuniões. E outra grande queixa é a da falta de compromisso com as reuniões. E nesta linha ainda, o povo se lamenta demais com a falta de objetividade no resultado das mesmas.

Será que tem jeito? Será possível que possamos sair de uma reunião cujo maior fruto não tenha sido a marcação de outra reunião? Como fazê-las ser mais produtivas? Como não perder o foco e termos resultados melhores? Quero partilhar alguns pensamentos nesta linha.

domingo, 20 de outubro de 2013

Uma PJ que caminha no deserto

Pois é. A PJ chegou aos quarenta. Como sabemos este é um número extremamente simbólico. Já tratamos disso aqui por algumas vezes. Gostaria de me prender um pouco mais ao exemplo bíblico dos quarenta anos em que o povo de Deus caminhou no deserto em busca da terra prometida.

Há uma marca forte neste número que é a da transformação. Ao acompanhar a narrativa bíblica veremos que o povo que iniciou a caminhada passou por poucas e boas até chegar ao seu destino e por outras tantas quando se instalou por lá.

Se a vida começa aos quarenta, não é de se estranhar que somos fruto de todas as decisões tomadas e de todos os percalços sofridos até chegarmos a esta data. Esta é uma das lições que eu tomo ao me deparar com a travessia bíblica.

domingo, 22 de setembro de 2013

Dez maneiras de fazer seu grupo fracassar

Como existe gente de todo tipo a frente dos nossos grupos de jovens, coordenações de pastoral e das instâncias mais diversas, creio que seja conveniente dar umas dicas para aquela turma que amanhece todos os dias com a intenção (ainda que não explícita) de acabar com o próprio grupo. Recebi estas dicas há muito tempo atrás de uma fonte fora da PJ e resolvi adaptá-las ao nosso universo pastoral. Não sei de quem foi a autoria original, mas eu agradeço esta pessoa agora e quero dividir esta minha adaptação com você.

Sim você meu amigo, minha amiga que tem o desejo não revelado, mas implicitamente praticado de ir minando aos poucos o seu grupo, eu tenho algo a lhe dizer: chega de sofrer. Seja uma pessoa esclarecida, aja com fundamentação teórica. Compreenda o que faz e por que faz. Estão aí. Dez dicas para que seu grupo não vá para frente.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Já estou acostumado

Quando foi a última vez que você deu um salto no escuro? Quando foi última vez que experimentou um sabor desconhecido? Qual foi a última vez que fez a experiência da novidade pelo simples fato de ser algo novo?

Quando se atinge certa estabilidade, as novidades vão ficando mais raras. O desconhecido só entra na nossa vida por indicação. A gente se acostuma com o que é previsível e acaba caindo no roteiro da rotina, da mesmice, da repetição.

Se você concorda comigo, sinto que a sua juventude está indo pro brejo. Os adultos são os que pensam assim. Eles é que estão acostumados. Eles é que tem as respostas (hahaha... que bobagem essa!!). Jovens são, por definição (se é que se pode definí-los), experimentadores, instáveis e caçadores das novidades. No entanto, há tanto jovem acostumado por aí...

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Esse dia não é hoje

Filhos de Gondor! De Rohan! Meus irmãos. Vejo em seus olhos o mesmo medo que tomou meu coração. Poderá vir um dia em que a coragem dos Homens termine, quando deserdarmos os nossos amigos e trairmos os laços de amizade, mas este dia não é hoje. Uma hora de lobos e escudos despedaçados, quando a era do Homem for destruída, mas esse dia não é hoje! Hoje nós lutamos. Por tudo que amam nesta bela terra, eu peço que resistam, Homens do Ocidente!

O trecho acima é de uma das cenas do filme “O Retorno do Rei”, terceiro filme da trilogia de “O senhor dos anéis”. Diante da falta de coragem dos soldados perante um inimigo muito mais poderoso, Aragorn os convoca e os motiva para a luta. É um dos discursos mais bonitos do filme, em minha opinião.

Pensei nesta passagem quando ouvi notícias de desarticulações pastorais, desânimo de boas lideranças, dificuldades de toda ordem de grandeza, fossem elas financeira, de quadros, de apoio ou de outros recursos. Claro que não é fácil encarar uma dificuldade. Por mais que elas carreguem em si a marca da dureza ou do tropeço, também apresentam o lado da oportunidade.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

E ainda vem me dizer que é pejoteiro?

Sujeito estufa o peito e diz que ama a Pastoral da Juventude. Seria bonito. Sim, seria. Mas uma coisa é a frase isolada, perdida e deslocada do seu contexto. E outra coisa bem diferente é perceber esta mesma frase junto de outras frases ou emparelhada com as atitudes. Não. Não bate, não cola, não dá liga.

O que pretende um sujeito cuja coerência e cujo testemunho não ajudam a aliar o que se prega e o que se vive? Há alguns que agem por ignorância, por desconhecimento. Estes tem jeito ainda. Formação e acompanhamento ajudam a dar clareza e apontam um caminho bom para seguir. Outros querem pontuar questões e buscam a provocação e a reação. Estes são os que buscam provocar acabam por abrir espaço para o debate. Eu gosto deles.  Outros, no entanto, agem por má-fé mesmo. São os que agem sem ética. Estes mereceriam ter o nome apagado do livro da História. Mas quero me deter um pouco sobre eles.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Quarenta anos e em romaria

Pare para pensar onde você estava há dez anos. O que você fazia? Que sonhos tinha? O que fez por estes sonhos? Se dez anos for um tempo muito longo, diminua. Pense em cinco anos, três anos. Se você tiver uma idade mais acumulada, pense lá atrás. Quinze ou vinte anos.

Somos fruto das decisões que tomamos e que outros tomaram também. As posturas que adotamos e as circunstâncias que nos cercam ajudam a moldar nosso futuro. E o futuro do nosso passado é o presente que vivemos. Normalmente, pensamentos como esses surgem em datas especiais ou marcantes, sejam da vida pessoal ou de celebrações familiares ou comunitárias.

Estamos celebrando quarenta anos da Pastoral da Juventude em nosso estado, em nosso regional, na mesma sintonia que a PJ nacional. Em razão desta data redonda, ficamos vasculhando nosso passado para termos clareza de porque somos assim.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dez atitudes a serem tomadas antes da próxima JMJ

Com este texto, encerro minhas reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude de 2013, ocorrida em julho no Rio de Janeiro. Os números desta JMJ impressionam, as estatísticas são fabulosas. Há inúmeros relatos positivos de gente de pastoral, comprometida e que se sentiu tocada por estar num evento assim. Talvez, por conta disto, muitos destes, entre tantos outros, já começaram a se preparar para a próxima JMJ, que ocorrerá desta vez em 2016 em Cracóvia, na Polônia.

É legítimo o direito de desejar estar em eventos como estes. Mas é preciso que se tome um cuidado para que nossa ação pastoral não fique esvaziada no período entre jornadas e que a JMJ não se torne um gigantesco EJP (Encontro de Jovens com o Papa), sem o devido pensamento pastoral de engajamento. Como disse Francisco, é preciso que os jovens saiam para as ruas, é preciso evangelizar, é preciso revolucionar.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Por uma PJ mais missionária

Um sonho na cabeça e uma gana imensa por poder fazer a diferença. Assim eram os jovens daquela comunidade. Estavam mais animados por poderem receber outras pessoas de outros países naquela Semana Missionária. Enquanto corriam os preparativos também corriam as incertezas que toda a novidade traz consigo.

E se não dermos conta? E se não entendermos a língua? E se não gostarem da nossa comida? E se forem chatos? E se não interagirem conosco? E se não curtirem as nossas atividades? E se, e se, e se... Alguns ficavam presos nas inquietações. Outros tinham o Evangelho profundamente meditado no coração. “eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa” (Mateus, 25, 35).

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um outro mundo é possível

Sim, acabou a Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Para alguns fica a saudade, para outros fica o alívio. Sim, não se pode agradar a todos. Aliás, não se deve agradar a todos. Afinal somos pessoas diferentes. Frase boa essa, não? Que tal abrirmos a conversa deste texto a partir dela?

Comecemos então pelo fim. Passada a JMJ, vi relatos eufóricos e de coração aberto sobre a figura do Papa Francisco. Pessoas que não costumam elogiar a Igreja Católica expressavam simpatia pela figura do pontífice. Gente comedida e reservada postavam fotos, mensagens e elogios à pessoa do bispo de Roma. Teria virado Francisco uma unanimidade?

sábado, 27 de julho de 2013

O poder do simbólico

Eu já havia escrito aqui a respeito dos valores dos símbolos. As flores carregam diversos sentidos além de seu próprio ser. Roupas, calçados, acessórios dizem muito aos outros a respeito de quem os vestem porque a eles foi atribuído um significado, seja isoladamente, seja quando utilizados em conjunto.

Quando escrevi o texto acima, queria falar do sentido do anel de tucum. Contudo o universo simbólico da pastoral da juventude é um baú imenso de onde se tiram memórias antigas e novidades formosas. Talvez o mais representativo destes símbolos seja aquele estampado na bandeira da PJ.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Já ouviu falar de formação integral?

Acredito que muitos de nós já ouvimos falar da tal formação integral, afinal trata-se de um dos pilares da pastoral da juventude, um de nossos tesouros, uma das linhas mestras que caracterizam a nossa identidade. Isto significa que para bom pejoteiro, isto é algo básico. Será?

Será que basta falar que a formação integral abrange cinco aspectos do ser humano? Todo pejoteiro que saiba o básico da nossa identidade pastoral já ouviu falar disso. Uma das primeiras palestras sobre a PJ que eu me lembro de ter participado falava destes cinco aspectos. Na época, dava-se o nome de personalização, integração, dimensão política, dimensão teológico-teologal e capacitação técnica. Bonitos nomes.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Por uma PJ mais libertadora

Escrevo este texto dentro do clima das manifestações que tomaram conta do país pautando a questão do transporte público e a mobilidade urbana, mas que ampliou o leque e também tratou de violência policial, educação, corrupção, gastos públicos e o direito à livre manifestação. Muitos jovens foram para a rua num volume muito maior do que aquilo que me recordo de que tenha sido o movimento dos “cara-pintadas”, antes da queda do ex-presidente Fernando Collor.

Sim, havia muitos pejoteiros nestas manifestações. E gosto muito de ouvi-los falar e de ler as contribuições a respeito da pauta deste movimento todo. Está claro para mim que para muitos destes que se engajam nas lutas pela vida plena da juventude a ideia de uma PJ mais libertadora é algo coerente e vivido no dia-a-dia. Mas e para tantos outros? O que significa esta expressão que dá título ao texto de hoje?

segunda-feira, 10 de junho de 2013

As andorinhas voltaram

Corria o ano de 1985. Foi o ano internacional da juventude. Foi quando brotou a ideia do primeiro Dia Nacional da Juventude. Foi o ano do primeiro Rock in Rio. Ano em que Tancredo Neves foi eleito e morreu, em que acabou o período do regime militar e ano também em que eu morei no interior paulista.

Era um pré-adolescente. Nossa vida era bem simples e cheia de dificuldades. Eu não tinha dimensão daquilo. Sabia, no entanto, que tinha que estudar na escola da vila e tinha que ajudar meu pai na roça nos finais de semana e nas férias.

Na roça não havia energia elétrica. Após um duro dia de trabalho, voltávamos cansados, tomávamos banho frio, jantávamos, minha mãe puxava a oração do terço e depois escutávamos algum programa de música caipira. Embora meu pai gostasse muito, era o tipo de música que eu não costumava escutar quando morava na cidade.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Literatura (na) pastoral

Você gosta de ler? Talvez não seja esta uma boa forma de abordagem para iniciar uma conversa, principalmente se você não for do tipo que goste de viajar na leitura. Muita gente não gosta e muita gente perde uma excelente oportunidade de aprender mais.

Na pastoral da juventude, tal prática merece sempre um incentivo. Todo ano saem materiais novos, roteiros de encontros, celebrações, textos formativos para todos os níveis e graus de participação pastoral. As mídias também são as mais variadas. Tem o jornal impresso, o blog, os roteiros digitais, o livro publicado. Cada um com sua especificidade. Cada um com seu público.

Houve um tempo na história da humanidade em que as pessoas não podiam ler. Não podiam porque não sabiam. E não sabiam porque ninguém as ensinava. E não se ensinava porque, na maioria das vezes, tal qual naquele tempo como hoje, informação é poder. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ah, essas pejoteiras!

Como a maioria daqui já sabe, eu sou homem. Alguns de nós temos dificuldades de falar dos problemas femininos diante da nossa condição social masculina ou em razão da criação a que fomos sujeitos. Há ainda quem diga que só uma mulher pode falar da condição feminina, pois só ela sabe como é a dor social de ser mulher.

O fato de que eu seja homem não me impede de falar do ser feminino. Talvez eu não fale com tanta propriedade, pois não vivo “na pele” as dores e as delícias de ser mulher. E certamente seria difícil escrever um texto que contemplasse toda a sua dinâmica e todas as facetas de suas expressões. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Vou cuidar melhor de mim


Partilho com vocês hoje um relato sobre uma moça que conheci. Ela era pejoteira e tinha uma enorme dedicação ao seu trabalho pastoral. Em todas as atividades nas quais era possível ela estar, ela estava. Tomava a frente das reuniões, debatia, assumia responsabilidades, dividia serviços, delegava tarefas. Era certeza sempre encontrá-la na dianteira das atividades ou cuidando da infraestrutura. Era muito perfeccionista. Ela dizia que a vida só vale se se está a serviço.

De repente, ela passou a frequentar pouco as reuniões, encontros, assembleias. Não foi de uma vez, foi lentamente. Quanto os colegas perceberam, ela não vinha mais. Alguns foram atrás de notícias. Afinal, quem assumiria a responsabilidade de tocar para frente “aquela” próxima atividade? 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Por que um grupo acaba?


Uma característica de quem tem bastante tempo de vida pastoral é que já viu muita coisa acontecer. Coisas bacanas e coisas tristes. A nossa tendência é achar que a morte de um grupo é algo triste. Nem sempre é. Existem as mortes naturais (já comentei delas aqui), mas também existem as mortes “matadas”. É a respeito destas últimas que eu gostaria de falar.

Um grupo morre antes do tempo por fatores internos, externos ou por ambos ao mesmo tempo. É importante que consigamos entender estes fatores para podermos agir antes, evitando assim um dano maior. Sim, dano. É sempre muito triste ver um grupo para o qual dedicamos tempo e vida acabar, seja ele um grupo de base, uma coordenação paroquial ou mesmo diocesana. E as consequências disso para a continuidade de um trabalho pastoral são sempre mais complicadas.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Imagina na Copa...


Anderson queria reorganizar a PJ na paróquia dele. Ele teve acesso a alguns textos que diziam do passado bacana que esta pastoral teve por lá. Ele sentia a necessidade de fazer alguma coisa, mas não sabia por onde começar e nem o que fazer. Esta questão o incomodava bastante. Por vezes ficava pensando nisso até tarde. 

Numa noite, assim que chegou em casa tomou banho e jantou. Ligou a televisão e ficou assistindo o noticiário nacional. Falavam dos atrasos das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo no Brasil. Uma moradora reclamava da falta de informações a respeito de possíveis desapropriações. Um motorista apontava os riscos de engarrafamentos com as obras viárias no entorno e nos acessos para os estádios. Um sujeito engravatado se preocupava com a estrutura dos aeroportos brasileiros. E uma autoridade, que Anderson não soube lembrar quem seria, esclarecia que tudo isso estaria pronto até a Copa do Mundo e que seria um evento fantástico, pois o planejamento estava em dia.

Até o início da Copa, tudo vai estar bem. Aquilo martelou na sua cabeça. Planejamento. Era essa a palavra. Era preciso fazer um planejamento para que a PJ voltasse a se organizar e a ter uma ação bacana na comunidade e no bairro onde ele morava. Procurou textos na internet, falou com pessoas, foi atrás do padre, conversou com uma freira, reuniu um grupo de amigos e trocou umas ideias com a turma da PJ da diocese.

domingo, 21 de abril de 2013

Ah, esse cara...


São três anos do blog “E por falar em pastoral...”. Com este são 164 textos em 156 semanas. Quando eu comecei havia bons blogs nos quais eu me espelhava. Hoje a maioria deles está dando um tempo ou foram desativados. Em compensação, outros começaram e foram adiante. 

Este blog me deu a chance de conhecer gente que eu nem imaginaria conhecer. De trocar experiências, de aprender e ensinar. De viajar nas ideias, de servir de inspiração, de poder partilhar sentimentos, conhecimento e experiências. E de reencontrar pessoas.

Por causa deste blog me vi reencontrando por estes dias um amigo a quem não procurava há cerca de 24 anos. É tempo mesmo, não? E se era amigo, é natural que tivéssemos muito que conversar, que ouvir um do outro.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem te representa?


Eu havia tomado uma decisão de não mais tocar neste assunto. Quando alguém vinha perguntar minha opinião, eu sempre dizia para deixar de lado porque isso não nos fazia bem. Mas os acontecimentos das últimas semanas nas redes sociais acabaram por forçar um posicionamento. É preciso dizer algumas linhas sobre este assunto que está constantemente na pauta: o conflito entre outros grupos católicos e a Pastoral da Juventude. 

Na verdade, este tipo de conflito é tão antigo quanto a Igreja, se formos manter a discussão somente no âmbito eclesial. Mesmo porque, desde que mundo é mundo, o ser humano bate boca por conta de opinião e divergência de opinião. 

Há algumas discussões extremamente produtivas, pois nos fazem ter um novo olhar sobre determinado fato. Há outras em que vale a pena entrar, porque há vidas ou outros interesses importantes em jogo. É preciso convencer a outra parte, ou a maioria dela, portanto. Há ainda mais algumas em que o grande valor está na qualidade da argumentação. É prazeroso debater em alto nível.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Eu estou aqui. Pode me enviar


Era assembleia da Pastoral da Juventude daquela diocese. A turma iria modificar a coordenação diocesana e apontar as prioridades do ano seguinte. Assembleias sempre são momentos importantes na vida pastoral, decisivos mesmo. Era a primeira assembleia em que ele era delegado. Desde o tempo em que participava do grupo de jovens ouvia falar da importância destes momentos. Agora estava ali, vivendo a história.

Sua vida pastoral sempre fora paroquial, nunca havia ido para uma instância além daquela. Portanto ali, tudo parecia novidade, tudo parecia grande. Ele observava e se sentia meio intimidado. E se dissesse algo que estivesse fora do contexto? Falta de experiência é fogo. Decidira que ficaria só observando.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Por uma PJ mais conservadora


Sujeito se assustou com o título. “Conservadores são pessoas paradas no tempo”. Foi assim que a maioria de nós aprendeu. Como poderia então alguém querer desejar uma pastoral da juventude fora do seu tempo?

Não se assuste, o título é esse mesmo. Suas premissas é que estão erradas. O fato de ser conservador não é um pré-requisito para que seja congelado o tempo. Mas para que valores e características não se percam. De quais valores e características estou falando? Daquelas nossas características que nos dão identidade e que muitas vezes assumimos sem saber o porquê. E daquelas que são tão importantes que quando deixamos de lado, também deixamos de ser nós mesmos.

domingo, 24 de março de 2013

Uma igreja pobre para os pobres


Falávamos em outro artigo sobre a opção preferencial da Igreja pela juventude. Ao olharmos nos documentos da Igreja, no entanto, é anterior a ela a opção pelos pobres. Em tempos de teologia da prosperidade, consumismo, crises econômicas aqui e ali, falar novamente dos pobres parece meio fora da ordem.

Para a Pastoral da Juventude, a opção pelos pobres nunca esteve fora da pauta. Por ser opção da Igreja, ela deve se pautar em ações. E toda ação evangelizadora concreta se dá por meio das pastorais. No entanto, os pobres e as causas da pobreza estavam ficando mais matizados nos discursos eclesiais.

quinta-feira, 14 de março de 2013

A importância dos nós


Há uma dinâmica muito utilizada nos grupos de jovens em especial quando queremos falar de liderança ou de busca por soluções. Chama-se “Dinâmica do Nó”. Se você não a conhece, por favor, acesse o conteúdo da dinâmica antes de continuarmos http://dinamicaspj.blogspot.com.br/2011/06/dinamica-do-no.html. O aspecto que eu gostaria de trabalhar, no entanto, é outro.

Há quem passe a vida inteira afirmando que gosta e deseja ter uma vida tranquila, estável, sem surpresas. Há quem se incomode com o questionamento, com a dúvida, com a incerteza. E eu fico me perguntando por que alguém desejaria uma vida sem novidades? Por que a rotina é mais atraente que o inesperado? Por que portar-se como um copo cheio e incapaz de receber mais água, se há tanta gente com sede por aí?

Causa-me estranheza realmente. Especialmente se este comportamento estiver presente no meio da juventude. Adultos já tomaram muito tapa na vida e cansaram um pouco desta brincadeira. Associam muitas vezes a novidade de um fato a uma nova surpresa desagradável. Nós, os mais velhos, por vezes perdemos a curiosidade de experimentar algo diferente pelo medo do arrependimento ou da dor. E jogamos fora uma oportunidade bacana de ter uma nova visão de um fato.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Por uma pastoral menos medíocre


Para quem não assiste ao reality show Big Brother Brasil, vou contar uma coisa. Há uma prova feita entre os participantes que já aconteceu em várias edições. Eles são colocados de frente a uma bancada, sem comunicação com os demais e tendo diante de si duas placas: uma com a palavra SIM e outra com a palavra NÃO. O apresentador faz algumas afirmações e eles devem responder não como pensam, mas como acham que a maioria dos participantes irá responder. A cada rodada, sai da brincadeira quem responde com a minoria.

Você acha absurdo? Acha que é um reforço a um comportamento social que pouco contribui para a dinâmica e o diálogo social ou para a livre circulação do pensamento? Acha que SIM? Levantou a plaquinha? Caso tenha levantado, então está eliminado da brincadeira.

domingo, 3 de março de 2013

A tal opção preferencial pela juventude

Documentos da Igreja a apontam. Pessoas repetem a afirmação por aí. E neste ano de 2013 será especialmente citada. Mas será que todos os que ouvem tal afirmação tem a mesma interpretação? O que significa de fato a Igreja afirmar que fez uma opção preferencial pela juventude?
 
Num artigo anterior, já discutimos sobre as diferentes razões apresentadas pelas pessoas para investir (ou não) na juventude. A realidade da pessoa, seu histórico, sua visão de juventude e de Igreja são a base para responder a esta questão do investimento. Mas será que elas também servem para explicar os entendimentos que possam aparecer a respeito da opção preferencial pela juventude?
 
O padre Jesuíta João Batista Libânio disse certa vez que para ajudar a entender uma frase ou expressão, podemos começar analisando palavra por palavra, suas origens e significados para depois entendê-las todas juntas e posteriormente no contexto citado. Achei uma boa dica. E será como faremos neste texto.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Para que investir na juventude?


Em tempos de “ano da juventude”, vale a reflexão sobre as respostas que são dadas quando se questionam os motivos, razões ou necessidades de se investir na juventude. E investimento não é só financeiro, é também doação do tempo, da escuta, do aconselhamento, dos recursos materiais, humanos e afetivos. 

Muito se ouve a respeito deste tema. Há afirmações positivas, negativas, de desconfiança ou todas juntas e misturadas. Qual a ideia que se esconde atrás de cada colocação? Que visões de mundo e de juventude estas respostas revelam? 

É preciso que se diga, novamente, que nenhuma delas é uma indireta a esta ou àquela situação específica. Na verdade é uma coletânea. Muita coisa se diz por aí. E muita gente acaba repetindo frases sem ao menos parar para refleti-las. Vejamos dez tipos de respostas:

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A jovem liderança e sua individualidade


Conheci muitas lideranças jovens nestes anos de atividade pastoral. Várias delas eram excelentes. Muitas delas em contínuo processo de formação. Outras tantas careciam de uma ou outra qualidade que as impedia de ir além daquilo que já virava rotina em sua ação pastoral. Com o tempo fui percebendo algo que é uma das minhas regras pastorais: o jovem que não é respeitado na sua individualidade ou motivado a crescer enquanto pessoa acaba fracassando como líder. E muita gente que poderia ser boa, acaba desistindo e deixa de desempenhar qualquer atividade pastoral.

Se quisermos favorecer o surgimento de novas lideranças, este é um primeiro cuidado: a individualidade. É necessário, portanto, conhecer aquilo que é próprio de cada pessoa: aquilo de que ela gosta e não gosta, suas habilidades e deficiências, suas qualidades e defeitos.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A PJ peregrina na JMJ 2013


Ouvi uma definição há alguns dias que acho que cabe bem sobre aquilo que penso a respeito da Jornada Mundial da Juventude. JMJ é um evento. E evento é vento. Vento alivia alguns, é brisa para estes e furacão para aqueles. Se bem planejado, pode virar energia, mas para isso é preciso investimentos anteriores de infraestrutura. E não é em todo lugar que encontramos gente disposta a investir.

Sim, teremos pejoteiros na JMJ do Rio de Janeiro. E creio que é nossa tarefa que sejam preparados bem para estarem lá. Na cabeça de alguns jovens que eu conheço trata-se de um encontro dos jovens com o Papa. Ainda mais agora que será o primeiro grande evento do novo Papa. Mas é claro que não é isso.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lucia e o fim da PJ


A coordenação da pastoral da juventude da paróquia de São Luiz Gonzaga era formada por quatro jovens. Lucia era coordenadora do grupo da comunidade São Francisco Xavier, Eduardo era catequista de crisma, Ricardo era do grupo de jovens da matriz e Maria estava à frente do grupo de jovens do coral. Sempre tiveram apoio do pároco para suas atividades. Movimentavam as outras pastorais, envolviam-se com os movimentos populares da região, lutavam por um espaço maior e reconhecimento dos jovens. Eram discípulos e missionários.

Lucia era a mais centrada entre os quatro. Era filha de Jorge e Carmem, casal articulador da Cáritas naquela diocese. Eduardo era o mais expansivo, alegre e divertido. Os pais pouco participavam da comunidade. Ricardo, por outro lado era o mais calado. Só morava com a mãe, Gisele, e nunca conhecera o pai. Ela era ministra do Batismo. Maria era uma graça, mas não se engane. De voz potente e afinada, seu humor era capaz de ir do mais tenro afago até às explosões galácticas. Melhor seria não pisar no pé desta moça.

Tudo parecia que ia muito bem. Contudo, houve uma mudança na diocese e o novo bispo resolveu trocar alguns padres de paróquia. E a São Luiz Gonzaga foi uma delas. Assumiu por lá um padre novo, recém-ordenado. E toda a aparente juventude do novo sacerdote inspirava novos ares para a paróquia. Todos imaginavam que os projetos iniciados seriam tocados com maior vigor e que novas ideias surgiriam tanto para a evangelização da paróquia, como para a integração da mesma com os movimentos populares da região.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre a morte e a ressurreição da CAJU


Sabe aquele vazio no peito que aparece quando uma notícia triste lhe é contada? Passei por isso há bem pouco tempo. Foi por conta de uma perda considerável. A Casa da Juventude Padre Burnier (CAJU) encerrou boa parte das atividades pastorais. Era um centro de referência de Direitos Humanos e da juventude. Publicava materiais importantes, úteis e necessários. Dava cursos, promovia debates, levantava questões, colocava o dedo na ferida, era local de acolhida, carinho e cuidado. 

Era para muitos pejoteiros do Brasil um referencial, quase um oásis. Era um local onde se estudava e partilhava a honestidade, o bom senso, a crítica, a humanidade, o ser cristão, o estar junto. Muitos jovens puderam construir seus projetos de vida sob orientação da casa. Muita gente que passou pelos cursos da CAJU acabou se tornando referência de formações pastorais nos seus locais de origem. Era de fato uma CASA da JUVENTUDE. O bem querer era a marca forte. 

Mas isso agora é história a ser contada. Eu, da minha parte, tive um misto de emoções desde que soube da notícia. Acabei, sem querer, passando pelo chamado estágio do luto, que são as cinco etapas que vão da negação do fato até a aceitação do mesmo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A PJ por ela mesma

Um dia, perguntaram para a Dona Pastoral da Juventude quem ela era. Ela respondeu que não era uma, eram várias em uma só. Vários lugares, várias juventudes. Disse que estava aqui, que estava lá, que estava em todo e qualquer lugar. Os jovens e as jovens insistiram. Quem é você? O que a motiva? Era tarde para a noite. Corria o ano de 1996. Nas terras calorosas de Minas Gerais, na cidade de Divinópolis, a PJ assim se pronunciou.

“Somos Pastoral da Juventude organizada dentro da Igreja Católica, no Brasil, com linha e metodologia própria, aberta ao novo acolhimento dos anseios da juventude, garantindo o seu protoganismo, evangelizando de forma inculturada na realidade em que vivemos.”

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

13 dicas colocar a CF 2013 em ação


Se você é um coordenador, assessor ou liderança de grupo ou está ligado pastoralmente à articulação juvenil, não tem como desconhecer que o ano de 2013 tem como marca um olhar da Igreja para a juventude. Sim, certamente teremos aqueles que farão um ano somente para cumprir protocolos e obrigações. Mas, pessoalmente, considero esta uma oportunidade fantástica para colocarmos a mão na massa e nos organizarmos mais para a missão pastoral.

Certamente, entre muitos de nós, há aqueles que, com tantas possibilidades, não sabem por onde começar. E, claro, não há uma dica prática que sirva para todos. Pensando nisso, diante do pouco tempo que temos para o início da Campanha da Fraternidade, lanço 13 dicas para botar a CF 2013 em ação. Alguma delas talvez sirva para você. Adapte se for o caso. Sinta-se livre para criar também, caso alguma lhe dê inspiração. Vamos a elas.