A coordenação da pastoral da juventude da paróquia de São Luiz Gonzaga era formada por quatro jovens. Lucia era coordenadora do grupo da comunidade São Francisco Xavier, Eduardo era catequista de crisma, Ricardo era do grupo de jovens da matriz e Maria estava à frente do grupo de jovens do coral. Sempre tiveram apoio do pároco para suas atividades. Movimentavam as outras pastorais, envolviam-se com os movimentos populares da região, lutavam por um espaço maior e reconhecimento dos jovens. Eram discípulos e missionários.
Lucia era a mais centrada entre os quatro. Era filha de Jorge e Carmem, casal articulador da Cáritas naquela diocese. Eduardo era o mais expansivo, alegre e divertido. Os pais pouco participavam da comunidade. Ricardo, por outro lado era o mais calado. Só morava com a mãe, Gisele, e nunca conhecera o pai. Ela era ministra do Batismo. Maria era uma graça, mas não se engane. De voz potente e afinada, seu humor era capaz de ir do mais tenro afago até às explosões galácticas. Melhor seria não pisar no pé desta moça.
Tudo parecia que ia muito bem. Contudo, houve uma mudança na diocese e o novo bispo resolveu trocar alguns padres de paróquia. E a São Luiz Gonzaga foi uma delas. Assumiu por lá um padre novo, recém-ordenado. E toda a aparente juventude do novo sacerdote inspirava novos ares para a paróquia. Todos imaginavam que os projetos iniciados seriam tocados com maior vigor e que novas ideias surgiriam tanto para a evangelização da paróquia, como para a integração da mesma com os movimentos populares da região.