Fui adolescente nos anos de 1980 e jovem nos anos de 1990. Quase nesta virada de décadas eu conheci a Pastoral da Juventude. Foi neste mesmo período que eu entrei no que hoje se chama ensino médio. E foi na confraternização de fim de ano da minha sala que eu ganhei a minha primeira fita cassete (pronuncia-se K7) da Legião Urbana. Não sabe o que é uma fita cassete? Clique aqui e veja. Não sabe o que é a Legião Urbana? Veja aqui e depois volte para este artigo.
Creio que seja bem provável que, caso você não saiba quem é a Legião Urbana, ao menos já tenha ouvido alguma de suas músicas. Muitas delas rolam em nossos encontros pastorais (Pais e filhos, Que país é esse, Índios, Será, Perfeição, por exemplo). Renato Russo, o vocalista e principal letrista do grupo, foi um referencial para boa parte da minha geração. Suas composições falavam e pareciam escritas para nossas angústias e situações adolescentes e juvenis.
Desde esta primeira fita cassete, eu passei a acompanhar de perto a carreira da Legião. Todo disco a ser lançado era de uma espera ansiosa. Todas as faixas eram ouvidas e decoradas. Os discos e fitas anteriores eram compartilhados entre os amigos. E as letras eram interpretadas a nosso bel prazer. Umas eram mais diretas (E há tempos são os jovens que adoecem. E há tempos o encanto está ausente...), enquanto outras davam linha a diversas interpretações (Vamos deixar as janelas abertas, deixar o equilíbrio ir embora...).