sábado, 26 de maio de 2012

A Legião Urbana e a minha história de PJ

Fui adolescente nos anos de 1980 e jovem nos anos de 1990. Quase nesta virada de décadas eu conheci a Pastoral da Juventude. Foi neste mesmo período que eu entrei no que hoje se chama ensino médio. E foi na confraternização de fim de ano da minha sala que eu ganhei a minha primeira fita cassete (pronuncia-se K7) da Legião Urbana. Não sabe o que é uma fita cassete? Clique aqui e veja. Não sabe o que é a Legião Urbana? Veja aqui  e depois volte para este artigo.

Creio que seja bem provável que, caso você não saiba quem é a Legião Urbana, ao menos já tenha ouvido alguma de suas músicas. Muitas delas rolam em nossos encontros pastorais (Pais e filhos, Que país é esse, Índios, Será, Perfeição, por exemplo). Renato Russo, o vocalista e principal letrista do grupo, foi um referencial para boa parte da minha geração. Suas composições falavam e pareciam escritas para nossas angústias e situações adolescentes e juvenis.

Desde esta primeira fita cassete, eu passei a acompanhar de perto a carreira da Legião. Todo disco a ser lançado era de uma espera ansiosa. Todas as faixas eram ouvidas e decoradas. Os discos e fitas anteriores eram compartilhados entre os amigos. E as letras eram interpretadas a nosso bel prazer. Umas eram mais diretas (E há tempos são os jovens que adoecem. E há tempos o encanto está ausente...), enquanto outras davam linha a diversas interpretações (Vamos deixar as janelas abertas, deixar o equilíbrio ir embora...).

terça-feira, 15 de maio de 2012

E nosso coração ardia...


Era por volta das três da tarde. Camila subia a ladeira em direção a praça da matriz. Quando estava quase lá, ela encontra Daniel, parado em frente à banca de jornal tentando se atualizar das últimas notícias através das manchetes do dia anterior. Ela veio por trás dele e o abraçou. Já haviam se passado três meses que eles não se viam, mas o reencontro foi como se tivessem se esbarrado ontem.

O que fora um misto de alegria e surpresa pelo reencontro, foi dando lugar ao desencanto e a melancolia. Há três meses eles haviam dado fim a uma experiência que havia se arrastado por outros tantos 10 meses. Camila e Daniel nunca foram namorados. Eles eram coordenadores do grupo de jovens da matriz.

Muitas perguntas marcavam a conversa deles. “Será que valeu todo empenho, esforço, dedicação, dias e noites em preocupação para que o grupo desse certo?”, “Por que o grupo fracassou?”, “De quem é a culpa?”, “Por que não despertamos neles o gosto para ir além?”.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Todo mundo pode ser líder?

Este texto poderia começar com o título “Liderança é um dom?” ou “Pode-se aprender a ser líder?”. Já foram discutidos por aqui em três textos os aspectos e cuidados com a liderança jovem dos grupos da pastoral (O que é ser líder, Liderança jovem e Cuidados com os líderes). Contudo é preciso deixar bem clara a resposta para a pergunta título.

Pode qualquer jovem acanhado, que ingressa hoje num grupo de uma comunidade afastada, lá na periferia de qualquer cidade que nós conheçamos vir a se tornar um líder pastoral conhecido, ou mesmo uma grande liderança em sua comunidade local?

A Pastoral da Juventude crê que sim. Liderança não é algo que somente vem das características pessoais que herdamos. É algo indiscutivelmente fruto de um meio. Claro que ser uma pessoa carismática ajuda muito, mas algumas características pessoais podem ser incentivadas para que o jovem chegue a ser uma liderança expoente. Aponto sete destas características.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Que horas você para?

Eu estava ontem voltando para casa depois de um dia de trabalho. O metrô nem estava tão cheio quanto costuma ser normalmente. Eu estava num banco, virado para a janela e a noite já tomava conta da paisagem. O cansaço e o sono eram fortes. Os olhos pesavam. Foi quando eu me dei conta de uma coisa interessante.

Olhei para as pessoas que saiam numa determinada estação e para outras que entravam. Poucas conversavam umas com as outras. Poucas também sorriam. O passo era apressado. Os rostos tristes, preocupados ou impenetráveis.

Num dos bancos próximos a mim estava uma mulher com um bebezinho de colo. Até onde minha vista alcançava, somente nós três estávamos sorrindo. Num mar de indiferença, temores e isolamento, o sorriso daquela criança era uma ilha de conforto. Quantos ali viram aquela criança? Quantos puderam aliviar o peso da carga diária com o olhar doce que ela transmitia?

Sim, você pode achar que este texto está muito piegas, sentimental demais. Então me deixe valer de outro exemplo, antes de entrarmos na questão pastoral de fato.