domingo, 17 de outubro de 2010

Sentar juntos - Assessoria

Quando falamos nos diversos aspectos da Pastoral da Juventude, um dos que mais me fascinam e me agradam conversar é sobre assessoria. Venho aprendendo muito sobre o assunto, partilhando aspectos deste ministério com outros assessores mais experientes e colhendo relatos dos assessores mais novos. Os grupos de jovens e a PJ como um todo só tem a ganhar se investirem mais na formação e no acompanhamento destas pessoas. Há muito o que se escrever sobre a assessoria. Por ora, ficamos somente com as duas questões abaixo.

34.    Assessor e coordenador. Qual a diferença?

Muita gente sabe que não é a mesma coisa ser assessor e ser coordenador, mas já vi, na prática, muita confusão acontecer, além de algumas falhas clássicas. Por exemplo:
  • O assessor cria, o coordenador executa.
  • Depois que terminar o período de coordenação, eu viro assessor.
  • Em reuniões o assessor fala mais que o coordenador.
  • Após um tempo de caminhada comum, não se vê melhoras na maneira de coordenar.
Ter um assessor no grupo resolve todos os problemas, então? Não resolve tudo, não. Mas ajuda muito, principalmente se os papéis estiverem bem definidos. O assessor é aquele que senta junto, acompanha, auxilia, dá dicas ao coordenador e ao grupo, porque, afinal de contas, tem mais experiência pastoral que eles. Contudo, não decide nada, mas tem (e sabe disso) condições de influenciar decisões.

Quando eu aprendi o que era ser assessor, foi-me apresentada a figura de São João Batista que anunciou a vinda de alguém muito mais importante que ele. “É importante que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). O assessor é capaz de dar lugar ao jovem, para que ele cresça no seu protagonismo.

Por isto, não é possível entender o coordenador como mero executor das tarefas ditadas pelo assessor. Pela experiência que tem, há momentos em que o assessor deve deixar a coordenação “errar” para poder aprender com o ocorrido. A avaliação, conforme já foi dito aqui, é fundamental para o crescimento do grupo. E com o tempo, há de se perceber melhoras na maneira de coordenar um grupo, porque o assessor, pontualmente e fraternalmente vai indicando onde se pode melhorar.

Por fim, há de se entender também que a assessoria é vocação. Nem todo mundo serve como assessor, porque não tem as características pessoais de um assessor. Ou seja, assessoria não é promoção para coordenador “desempregado” ou “aposentado”. Não existe plano de carreira pastoral. Como dizia um amigo, “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Sobre as características de um assessor, vejam a pergunta 36.

35.    Quando se deve buscar assessoria especializada?

São dois os tipos de assessoria, basicamente: o assessor contínuo (ou direto, ou pedagógico) e o assessor perito (ou especialista). O contínuo é aquele que está sempre no grupo, que acompanha os jovens pessoalmente e sabe ser um interlocutor entre as instâncias pastorais. O perito é aquele que é o especialista em um determinado assunto e é convidado pelo grupo ou organização para dar assessoria sobre um ponto específico. A presença deste na vida do grupo é mais rara.

Para responder esta pergunta, há de se entender quais são as vantagens e desvantagens do assessor perito:
  • Vantagens - por ser de fora, vislumbra melhor certos aspectos que o grupo não enxerga; por ser um especialista, tem mais estudo acumulado sobre o tema.
  • Desvantagens - ele não conhece a realidade local e pode dar uma contribuição deslocada; como é especialista em um determinado assunto há o perigo de não levar em consideração aspectos relevantes para o grupo (por exemplo, se ele vai fazer uma análise de realidade, ele pode se prender mais ao lado econômicos e deixar os âmbitos culturais e da juventude de fora...).
A forma de minimizar estas desvantagens é conversar antes com o assessor perito. Para que a contribuição a ser dada seja eficaz é preciso apresentar-lhe a realidade do grupo, que ponto específico estão tentando atingir e como a fala do perito ajudará neste processo. O perito não deve tomar conta do processo como um todo e, sim, enriquecê-lo.

O assessor direto pode ter uma atividade na qual é perito (enfermeiro, advogado, sociólogo, professor, programador), mas atua procurando adaptar sua especialidade às necessidades do grupo local. Esse é o caso da maioria dos assessores da PJ.

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