segunda-feira, 14 de junho de 2010

Grupos de jovens - parte 2

Dando continuidade ao artigo anterior, a ideia é aprofundar mais duas questões bem comuns no dia a dia e nas problemáticas dos grupos de jovens: identidade e união. São questões pertinentes em várias etapas da vida de um grupo de jovens, mas em especial quando ele está começando.



3.    Qual a identidade de seu Grupo?
Uma das definições de identidade no dicionário é a de que é um “conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la”. Ou seja, a identidade marca aquilo que você é e o distingue dos demais.
Os jovens se juntam em grupos pelos mais diversos motivos. Dentre eles está o de “não sobrar”, como disse Regina Novaes. O grupo, seja ele qual for, ajuda o jovem a construir a sua identidade ao se espelhar naquilo que é “natural” para o grupo, seus valores, crenças, preconceitos e ética.
Quando olhamos para os nossos grupos eclesiais, há muito em comum e muito também em particularidades. O que é comum? O fato de serem grupos de igreja, partilharem a mesma fé católica e terem por base alguns princípios e valores cristãos. E o que estes mesmos grupos tem de particularidades? A maneira como vivenciam a fé e aplicam estes princípios e valores cristãos, os lugares onde estão, a idade e a experiência dos participantes, a postura das coordenações, se tem ou não tem assessoria, se a comunidade apoia ou não, se estão ou não ligados a outros grupos de outros lugares, se há mais moças ou rapazes no grupo, se há participantes com alguns dons artísticos. Daria para falar tantas particularidades diversas entre os grupos que talvez não coubessem aqui.
São estas particularidades que definirão a identidade do seu grupo. E serão elas que ajudarão os jovens que participam a formarem parte de suas próprias identidades. A identidade dos grupos da Pastoral da Juventude se pauta também pela diversidade. Afinal existem grupos de PJ nas diversas realidades regionais do país. A maioria destes grupos são de jovens empobrecidos e enxergam em Jesus Cristo aquele que faz opção pelos pobres e jovens e por isso o seguem. Grupos de PJ se reúnem para partilhar e celebrar a vida, as lutas, sofrimentos e cultivar a amizade, a partir de uma formação integral e mística própria. São grupos que, motivados pela fé, atuam dentro das comunidades eclesiais, a serviço da organização e animação das comunidades. São grupos que são organizados  a partir das coordenações dos grupos, paróquias, setores ou regiões pastorais, diocese e regional, ligados a Igreja do Brasil e da América Latina. São tantas experiências que ajudam a criar unidade na diversidade.
Grupos de PJ seguem uma metodologia e tem uma linha de atuação pastoral definida, mas são abertos às novidades. Garantem o protagonismo juvenil e expressam a fé que tem de forma criativa. Eles também atuam na sociedade, inseridos nos movimentos sociais, em partidos políticos, nos movimentos populares e outras organizações que lutam em defesa da vida e da dignidade humana. São grupos que preservam e incentivam um olhar crítico aos meios de comunicação social e que acreditam na Civilização do Amor. Esta é a nossa identidade

4.    O que fazer para o grupo se unir mais?
Um grupo se une pelos mais diversos motivos. Pode-se citar a amizade e um mesmo objetivo comum como sendo os dois principais motivos de união.
Quando se quer bem a alguém, também se quer estar próximo a esta pessoa, partilhar de bons momentos e estar presente para consolar nas horas difíceis. Criar esta proximidade entre as pessoas leva tempo e também disposição em estar aberto ao outro. Por isso, num grupo, o clima de confiança mútua é fundamental.
Fofocas estragam qualquer tentativa de união porque rompem os laços de confiança. Há quem diga que as “panelinhas” também são ruins. Eu, porém, acho que, se bem trabalhadas, elas podem potencializar o que estes mini-grupos tem de melhor. Depende da forma como se conduz.
Volto a dizer que é preciso perceber no grupo os dons individuais para que estes possam estar a serviço dos demais, não como forma de engrandecimento pessoal, mas como um jeito de fazer com que todos no grupo possam crescer juntos.
Para colaborar com isso, e creio que todos já sabem, os momentos de lazer são imprescindíveis. Não há como abrir mão deles. Na hora do lazer, da diversão e da brincadeira, a gente conhece melhor os jovens com quem trabalhamos e acabamos por descobrir afinidades que nem imaginaríamos.
A outra maneira de unir mais um grupo é fazê-lo enxergar os objetivos comuns e a reafirmar a identidade do grupo em si. Como foi dito antes, cada grupo tem sua particularidade e esta pode se manifestar nos objetivos que o grupo tem. É preciso que estes estejam claros para todos os participantes. Ninguém gosta de embarcar numa canoa furada. Animar a realização dos pequenos passos em busca do objetivo maior é sempre momento celebrativo e de alegria. Deve sempre ser valorizado.

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