sexta-feira, 14 de maio de 2010

Por que falar de PJ?

Tenho achado esta experiência de fazer um blog muito interessante. Colegas com mais tempo de estrada me mandaram mensagens de incentivo. Outros me deram dicas. O blog tem seguidores que nunca vi pessoalmente. Isto certamente não se deve aos meus belos olhos castanhos ou ao fato de que eu seja o pai de um lindo garotinho de quase três anos. E é claro que não foi por nada disso. E nem foi por isso que eu tive esta iniciativa.



Tenho algumas percepções da atual conjuntura da Pastoral da Juventude. E uma delas me diz que não podemos perder de vista aquilo que nos identifica, que nos dá um rosto, um jeito de ser, de agir e de interagir. Claro que a cara da PJ neste ano de 2010 não é a mesma de 1977 ou 1989. Olhe você hoje e veja suas fotografias tiradas há cinco anos. Claro que era você e continua sendo, mas em cinco anos talvez você tenha mudado em alguma coisa, seja na sua maneira de pensar ou de ver o mundo ao seu redor, porque ele também mudou. Mas você continua sendo você na sua essência, compreende? É a mesma coisa com a PJ.

Tenho participado de algumas atividades da PJ em alguns cantos de SP. E tenho acompanhado virtualmente a realidade em diversos outros cantos do país e da América Latina. E uma outra percepção que eu tenho é de que esta busca por aquilo que nos identifica é comum em muitos lugares. Nossa espiritualidade, nossa metodologia, nossa história, nossas opções pastorais. Tudo isso é marca, é identidade. É sobre isso que eu quero escrever.

Sim, eu tenho um livro que fala de Pastoral da Juventude e coloquei nele muitas coisas nas quais eu acredito. Mas não quero fazer deste blog uma forma de fazer com que o livro venda mais (ou menos). E nem quero fazer um tratado teórico sobre os temas fundamentais do ser Pastoral da Juventude. Nada disso. O espaço do blog é o de justamente trocar pontos de vista com colegas que amam esta pastoral do mesmo jeito que eu.

Quero sim partilhar opiniões sobre a nossa história, sobre a nossa metodologia, sobre nosso jeito de ser e fazer pastoral. E não foi por acaso que os primeiros textos são sobre espiritualidade. É o alicerce da nossa ação. Não há pejoteiro autêntico que se sustente com uma espiritualidade alheia. Ao menos, é nisso que eu acredito.

Mais para frente virão outras temáticas. E é bacana saber que tem gente lendo e se interessando por isso. É uma forma de divulgar esta nossa pastoral e a nossa identidade e missão. Mesmo que quem escreva sobre isso seja um cara que daqui a alguns anos esteja batendo na porta dos quarenta anos. Mas isso, eu acho, é só um detalhe...

2 comentários:

  1. Mas tchê...

    Que que tem de mais bater na porta dos 40? Segundo o Governo Federal (vide campanha da vacinação contra o H1N1), ainda somos jovens, hehehehe...

    Sobre identidade da PJ... Por estas bandas tenho visto muita gente se dizer PJ e não ter a mínima identificação com a nossa espiritualidade. Mas o pior é ver quem tem a PJ nas veias fazer vistas grossas para isso, com medo de ficar sozinho na caminhada (penso eu).

    Um erro clássico de análise: dizer que todo grupo de base é PJ! Isso não funciona aqui! Há grupos de base onde todos os participantes já fizeram o curso do movimento tal e sua espiritualidade é toda intimista: "eu e MEU Deus, que eu conheci no centésimo primeiro "E-J-alguma coisa".

    No último findi, fizemos um CDL na Dicoese vizinha. É a mais nova Diocese do Brasil - Montenegro/RS. Tchê... Querem fazer aquela gurizada ser PJ, mas eles nunca ouviram falar em Pastoral nenhuma. Pra mim, fizemos lá o mesmo que os portugueses fizeram com os índios, quando chegaram a esta Terra de Santa Cruz.

    É preciso respeitar processos. Nuclear um grupo, acompanhá-lo, despertando consciência crítica e valores aos poucos. Não chegar com um curso pronto e dizer: a partir de hoje vocês são PJ.

    Já é preocupante o que se tem feito para minar os núcleos onde a PJ é forte. Mas ela não pode se desesperar e sair dando tiros no pé! É preciso astúcia, meu amigo! Muita astúcia!!!

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  2. É exatamente isso, Zé!! O que me motivou a escrever esse blog foi justamente isso. Há muita gente hoje que está a frente da PJ que não sabe ou não conhece os princípios da pastoral. Percebo que há muita gente que olha pra PJ e diz "precisamos retomar os valores e a nossa identidade". E uma das motivações desta fala é justamente por conta da sua observação.

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