sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pensando as reuniões – Parte 3

Continuo, neste artigo, a comentar sobre os elementos que devem estar presentes quando estamos preparando a reunião do grupo. São três perguntas e com respostas bem diretas. Temáticas, dinâmicas e assessoria perita: como e quando usá-las.


11.    Meu grupo está começando. Que temas eu devo trabalhar?
Já foi escrito noutro artigo que os temas das reuniões devem estar ligados uns aos outros. E quando um grupo está começando, o que se deve trabalhar? Não gosto muito de respostas prontas porque há gente de diferentes realidades que estão lendo este artigo, mas posso apontar duas possibilidades.

Um grupo para dar certo deve estar bem integrado e com um bom ambiente entre seus integrantes. Este é o primeiro ponto em que a coordenação deve investir. Música, encenações, dinâmicas, trabalho em grupos pequenos são elementos importantes nestas primeiras reuniões. Isto sem contar que o encontro fora dos ambientes eclesiais também ajuda muito. Assistir um filme na casa de alguém do grupo, jogar bola na quadra, no clube, no campinho ou na rua, comemorar aniversários, visitar, sair para um parque... Tudo isso é bom que seja pensado para ajudar na integração.

“Ah!! Mas o grupo já se conhece!”, pode ser uma resposta ao que eu propus. A segunda possibilidade, então, é não esquecer o caráter democrático do grupo. O que o grupo quer discutir? Levantem temas, façam uma eleição e discutam este processo. Eu fui catequista de crisma também e na programação do último semestre do grupo, a equipe se deparou com alguns domingos vazios até a data da celebração final. Como faltavam seis meses para isso acontecer, num dos encontros a equipe expôs a situação para o grupo e pediu para eles apresentarem temas que queriam aprofundar ou discutir. Sim, não era um grupo de iniciantes. Mas a proposta é válida para qualquer etapa em que o grupo se encontre.

12.    Posso sempre usar dinâmicas?
Essa é uma pergunta comum. E a minha resposta, novamente, vem com outra pergunta: “Poder, você pode. Mas você sabe usar todo o potencial das dinâmicas?” Isso é comum acontecer. Há dinâmicas mal encaixadas nos encontros e que liga o nada ao lugar nenhum. Mas há também encontros que são totalmente dinâmicos e nem por isso deixam de ser profundos.

A dinâmica, como o encontro em si, tem de apontar para um mesmo objetivo e tem de ser preparados antecipadamente, seja em questão de materiais, local, participantes e principalmente a que conclusão se chega com esta atividade. Dinâmicas existem as mais variadas possíveis, que vão desde aquelas de “quebrar o gelo” das reuniões ou as de apresentação e animação até aquelas litúrgicas, de desenvolvimento de temas ou relaxamento.

Como foi escrito pelo pessoal do Mundo Jovem  “Através da dinâmica, o jovem pode entrar em contato, igualmente, com suas limitações e defeitos, qualidades e virtudes. Ajuda a superar bloqueios, barreiras e medos. A dinâmica provoca abertura, sinceridade, confiança, colaboração e compromisso. Leva o grupo a um maior trabalho em equipe, ao crescimento dos jovens no grupo e à transformação das relações”.

Hoje, com a internet, ficou facílimo encontrar qualquer tipo destas dinâmicas e há muita gente que transporta para o próprio grupo literalmente o que encontra nestas buscas virtuais. Isso pode não fazer diferença nenhuma como pode fazer toda a diferença!! A riqueza da dinâmica está na particularidade de cada grupo e de cada realidade. Eu já cometi a bobagem de repetir num grupo uma dinâmica que havia sido um sucesso em outro grupo de maneira idêntica. Não funcionou. A realidade social era outra, o tempo de participação na comunidade era outro e a idade dos integrantes também. Tem que saber fazer. Olhe para sua realidade e adapte. Dinâmica de grupo é uma excelente ferramenta.

13.    E quando é um assunto que ninguém da coordenação domina?
Fácil. Chame alguém que entenda bem do assunto. Só isto basta? Não. Então não é tão fácil assim!! A “tentação” ou é chamar uma “figura repetida” de outros grupos porque “funcionou” com eles ou chamar alguém conhecido da comunidade (leigo, padre ou freira) só porque conhece mais da vida eclesial.

Na Pastoral da Juventude, quando chamamos alguém de fora do grupo para falar com os jovens, damos o nome de assessor perito a esta pessoa. Como em todo processo de preparação dos encontros, este assessor não pode ir para o grupo sem saber dos contextos em que este grupo se insere.

Por isso, seja para uma palestra comum dos encontros, para uma formação mais específica, para um retiro ou qualquer outro momento especial do grupo, é importante que haja pelo menos uma reunião anterior com esse assessor. Nesta reunião é preciso discutir a estrutura, objetivo e metodologia a ser trabalhada no evento. E se houver algum momento prévio de estudos do grupo, seria o ideal que este assessor possa indicar livros ou filmes relativos aos tema.

4 comentários:

  1. Olá meu amigo. Parabens pelas postagens! estou acompanhando... Muito bom mesmo! Tenho certeza que tem contribuido bastante para os grupos de base... Abraços.
    Fábio Ferreira
    (Arquidiocese de vitoria da Conquista)

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  2. Ô tchê... Muito boas essas dicas!

    Olha só... Podemos pensar juntos, uma hora dessas, dicas sobre iluminação bíblica nesses encontros. Afinal, é sabido que nossos jovens têm dificuldade de interpretar as Escrituras.

    Paz e Bem!!!

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  3. hehehe...

    opa! estou vendo aí uma ótima parceria de vcs heimmm!!! = D

    Rogério, ótimas dicas!!! Obrigado!!!

    Abração
    PAZ E BEM

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  4. Fabio, obrigado pelas palvras. Também espero que esta ferramenta possa chegar às mãos de vários grupos e ser útil de alguma forma.

    Zé, o lance de Bíblia e grupo de jovens é um dos tópicos que quero abordar quando acabar esta série de quarenta perguntas. Seguindo a idéia do Henrique (obrigado pelas palavras também) você poderia postar algo assim no seu blog e eu faço um link associativo, que acha?

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