segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Somos gente que quer ir além



Esse assunto todo começou num outro artigo, e teve continuidade no texto que contém a primeira metade dos princípios pastorais que vão orientar os Grupos de Trabalho (GT’s) iniciados na 30ª Assembleia Regional da PJ do Sul 1. 

O texto que segue abaixo contém a segunda parte destes doze princípios. É interessante perceber que estes princípios nos fazem olhar para como realizamos nossa prática pastoral, mas também permite que olhemos para os resultados dela. 

7. Viver a Missionariedade;

Há tantas experiências de missão jovem acontecendo por aí. Esta é uma manifestação linda da qual a juventude pejoteira tem sido protagonista em muitos lugares deste país. Todo GT, da mesma maneira que todo pejoteiro, tem o caráter missionário. Isto significa sair de si, de sua própria zona de conforto para adentrar no mundo do outro. É preciso desenvolver a empatia, o respeito pelo diferente e os dons da escuta, partilha e descoberta.

8. Trabalhar com Pequenos Grupos;

Esta é uma das características básicas e fundamentais da Pastoral da Juventude. Pequenos grupos são grãos de mostarda, pitadas de sal, fermento na massa. Quase não são percebidos, mas acabam por fazer uma grande diferença no final. Grupos pequenos são mais propícios para as pessoas se conhecerem, se respeitarem e aprender a conviver com a diferença. E geralmente os grupos pequenos acabam lidando com a escassez de recursos (humanos, materiais, logísticos, por exemplo) e por isto precisam exercitar a criatividade para superar estas limitações. E por privilegiar grupos com poucas pessoas, aprende-se que em ambientes assim as responsabilidades assumidas são maiores e, consequentemente, há uma maior chance de se desenvolverem boas lideranças.

9. Promover a Formação Integral e Libertadora no caminho;

Já foi dito aqui no blog, que a PJ lida com o jovem como um ser inteiro, pleno e em relações. Relação consigo, com o outro, com o mundo, com a fé e com a experiência. A PJ não olha para o jovem como departamento (agora é a hora de ativar a espiritualidade, agora é hora da militância) e nem como um objeto que só faz determinada coisa. A formação adotada pela PJ é integral, porque visa o jovem como um todo, e libertadora, porque quer que ele seja um diferencial evangélico nas relações que ele fizer e tiver.

10. Não achar que sabemos tudo, fazer sempre juntos;

Nenhum grupo, GT ou articulação pastoral é feito de uma pessoa só. Ninguém pode comandar sozinho os destinos da PJ, não importa em que nível esteja. Mesmo quando eu sou chamado a falar num grupo de crisma ou de jovens, tenho a certeza de que sempre eu saio de lá aprendendo também. Isto é uma coisa. A outra, que complementa a primeira, é que a graça de se fazer PJ é o trabalho em conjunto, a articulação e o aprendizado que isto tudo proporciona. Somos diferentes. E o diferente nos faz crescer como seres humanos. 

11. Pensar no Reino como uma prática concreta de postura e Projeto de Vida;

A espiritualidade da PJ é cristocêntrica, mas também é reinocêntrica, ou seja, Jesus e o Reino de Deus fazem parte da grande motivação que impulsiona a nossa espiritualidade. Pensar no Reino não é algo para quando morrermos, é uma semente que já brota: “O Reino de Deus está próximo. Convertam-se. Acreditem na Boa Notícia”. E esta semente se mostrava viva na prática de Jesus, quando ele se colocou a favor da vida, dos que mais necessitavam, dos que mais careciam de atenção, afeto e cuidado. Este era seu projeto de vida. Esta é a inspiração para que os jovens na PJ também façam os seus próprios projetos. 

12. A opção pelos pobres.

Os bispos em Aparecida afirmaram: a “opção pelos pobres corre o risco de ficar em plano teórico ou meramente emotivo, sem verdadeira incidência em nossos comportamentos e em nossas decisões. É necessária uma atitude permanente que se manifeste em opções e gestos concretos, e evite toda atitude paternalista” (DA 397). Jesus nos dá uma boa dica sobre como colocar esta opção de forma concreta: “Eu tive fome, sede, era estrangeiro, estava nu, doente e preso e vocês me deram o que comer e beber, me acolheram, vestiram, cuidaram de mim e me visitaram. Todas as vezes que fizeram isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizeram”. É a partir desta constatação que nosso método, espiritualidade, ação, formação e organização fazem realmente sentido.

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E quem leu estes 12 princípios pode sair por aí para fazer PJ? Claro que pode. E já está preparado para qualquer parada? Claro que não! Quem prepara para a vida pastoral são os desafios que aparecem no dia a dia. E todo desafio é sempre uma oportunidade nova de crescer, aprender e poder ensinar. 

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