Dez conselhos para uma coordenadora diocesana da PJ

Ela faz parte da coordenação de uma PJ diocesana há menos de um ano. Comprometida e séria, ela quer fazer um trabalho bem feito. Mas tem uma série de questões sobre como fazer o trabalho de uma maneira mais eficaz e sobre seu próprio papel na coordenação. Ela veio me procurar. Começamos uma conversa e não conseguimos termina-la. Minha cara, desculpe-me se uso deste espaço para dar continuidade ao nosso papo, mas acho que pode servir a outras pessoas que estão na mesma situação.

Sei que você quer fazer bem o seu papel e que a equipe que está na coordenação junto com você também tem esse desejo. Assumir uma coordenação diocesana carrega alguns desafios e precisa de algumas posturas novas também. E acredite que não há receita pronta. Há coisas que a gente vai descobrindo no caminho. Com o tempo de vida que eu tenho, eu descobri algumas delas. Quem sabe uma ou outra possa servir para você?

1- Você tem uma origem. Sua história pastoral não começou quando você foi parar na equipe diocesana. Se você veio de um grupo, não perca o contato com ele. Mantenha-se ligada a sua paróquia de origem. Você pode servir de inspiração a muitos jovens que lá estão.

2- Você tem novas responsabilidades agora. Há um trabalho pastoral numa área bem maior para o qual você é desafiada a dar conta. O tamanho da encrenca pode assustar. Dedicação é uma das palavras chave agora. É preciso criar uma ampla rede agora. Conheça mais pessoas, faça mais contatos.

3- Há desafios próprios que você vai enfrentar na sua realidade. Procure conhece-los. Visite os cantos todos da sua diocese. Procure saber o que está acontecendo. Mapeie. Tenha real clareza do tamanho do seu mundo e quais são as mudanças possíveis de serem realizadas.

4- Os projetos nacionais não são amarras ou imposições. Busque compreender as intuições primeiras de cada um deles e veja os encaminhamentos que são propostos em cada projeto. Eles podem servir de guias para os desafios que você conseguiu enxergar no item anterior.

5- Conflitos vão existir e é excelente que aconteçam. A gente cresce com as opiniões diversas. Você não está na coordenação diocesana sozinha, moça. Há outras pessoas, com histórias de vida diferentes e com históricos pastorais diversos. Quando discordar, aponte. Quando enxergar um problema, procure apontar soluções. E se algum sujeito do grupo estiver atrapalhando ou contribuindo pouco, correção fraterna no rapaz, ora.

6- Tenha carinho pela equipe que trabalha com você. Ame e demonstre isso. Equipe rachada é um problema. Mas quem ama, consegue tudo, em especial com os jovens, já dizia Dom Bosco. A equipe não pode ser somente de trabalho, mas de vida. Queira-os bem e abra seu coração para ser acolhida também.

7 – Reze. Seja uma mulher de oração. Seja uma pejoteira de fato. Quem não reza, já dizia Dom Angélico, vira bicho. Busque inspiração na prática e na vida de Jesus. Participe das celebrações eucarísticas sempre que puder. Reze sozinha e reze em comunidade. Reze por aquilo que não está dando certo e por aquilo que superou as expectativas. E reze pedindo sabedoria e discernimento.

8- Não se acovarde diante dos desafios, encare-os de frente. E tenha a grande coragem de saber dizer que é preciso recuar. Quem só quer avançar, pode não perceber que há um precipício diante de si. Você se lembra do discernimento? Ah! Como ele é importante aqui!

9- Você não está sozinha. Há uma equipe diocesana com você. E quando vocês todos estiverem num beco sem achar a saída, saiba que existem amigos pejoteiros em dioceses vizinhas. Aqui em São Paulo, nós chamamos estes grupos de dioceses de sub-regiões. Em outros estados do país são o próprio regional. Mas isso não importa. O importante é que formamos uma rede de ajuda e colaboração. Somos companheiros, marchando lado a lado. Peça ajuda sempre que precisar.

10- E, por fim, “lembra que o sono é sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de viver”. Não caia na conversa de que é preciso ficar enfurnada em muitas reuniões, planejamentos e ações para ser pejoteira de verdade. Ninguém quer o seu esgotamento físico e nem mental. Tire um tempo para você mesma e descanse. Repouse. E que a turma se prepare para quando você voltar com as baterias recarregadas!