Imagine um casal de namorados. Imagine agora que eles brigaram e se separaram. Além disso, esta separação se deu por algo mal resolvido. Se você é amigo de um dos dois, sabe que quando encontrá-lo ou encontrá-la, o assunto do outro ou da outra aparece na pauta de conversa entre vocês e o papo fica girando em torno dos mesmos assuntos. Fica um ambiente ruim e que você sabe que isto não vai resolver nada. Conseguiu imaginar esta situação?
E em um ambiente da Igreja, isto seria possível? Não entre pessoas, mas entre grupos? Sim, isso acontece. E confesso que pessoalmente tenho cada vez menos paciência com isso. Criam-se inimizades como se os grupos fossem rivais lutando por um mesmo espaço. Claro que existem diferenças, e elas são importantes, mas em nome destas diferenças tenta-se matar o diferente.
Essa minha ideia só veio firmar-se mais quando eu li no livro “Para onde vai a juventude?” de João Batista Libânio as seguintes linhas: “Preocupa-nos o surgimento de grupos fechados, vulgarmente chamados de tribos urbanas. Tais grupos tendem a acentuar preconceitos e disputas. O espaço da multiplicidade torna-se espaço da intolerância. (...) Constituem-se grupos herméticos de relacionamento intenso entre eles, com linguagem e estilo de vida próprios”.
Por vezes, eu vejo isso na relação da PJ com alguns grupos. E de alguns grupos para com a PJ também. Seria a Pastoral da Juventude uma tribo urbana, conforme João Batista Libânio disse acima? Somos um grupo fechado? Entramos nestas disputas por espaço? Temos preconceito ou intolerância com o diferente?
Responder a tais questões tem se tornado algo importante a ser feito, em especial nos últimos dez anos, por conta da criação e implantação do Setor Juventude em muitas dioceses no Brasil. Seria o setor juventude o novo inimigo que a PJ deveria combater?
Quando algumas dioceses o adotaram, eu confesso que achava aquilo bem estranho. Para mim era um saco onde se jogavam experiências juvenis diferentes, distintas e divergentes em alguns pontos. Não haveria como fazer algo em comum. Com o documento 85 da CNBB tentou-se regulamentar e oficializar esta organização. Mas ainda há muito que se acertar.
Lembra do exemplo do início deste texto? Aquele do casal de namorados que terminou o relacionamento e ficaram falando mal um do outro indefinidamente? Pois bem, este exemplo vale para grupos que rivalizam entre si, mas não para a relação entre a PJ e o setor juventude. Porque, oficialmente, a PJ faz parte do Setor Juventude. Não é, portanto, figurativamente falando, a briga entre irmãos, mas a indisposição de um filho para com o resto da família.
Onde está o erro aí? Há alguns pontos, como eu disse, que precisam ser acertados. Senhores bispos e padres precisam aplicar a concepção do setor juventude que está no documento 85. É um local de partilha e de crescimento de seus integrantes. Excepcionalmente é um agrupamento que deva pensar atividades. Por quê? Porque é um conjunto de grupos, pastorais e movimentos com vida própria e que não podem se anular para dar conta de uma agenda de atividades do setor.
Sei de dioceses em que a PJ foi extinta para dar lugar ao setor juventude. É um erro! Sei de outros lugares em que a PJ deixou de ser quem é porque as atividades do setor a sugavam completamente. Outro erro. Como se pode acertar? Tendo a clareza de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, como diria um amigo meu.
A diocese que quer ter um bom trabalho de evangelização com a juventude, tem que respeitar os diferentes carismas e formas de trabalhar de grupos, pastorais, movimentos e comunidades. E se não respeita o jeito de ser da PJ ou não permite que ela faça parte do setor juventude, comete um erro terrível: impede (ou dificulta) o acesso de muitos jovens a uma experiência belíssima de contato e vivência do projeto de Jesus. A PJ, por outro lado, se quiser ser respeitada, tem que manter sua identidade, não se deixar levar pelas ondas de modismos e fazer o seu trabalho bem feito, sem que precise ficar criticando este ou aquele grupo.
Aí podem me perguntar, por exemplo, da Jornada Mundial da Juventude. Sim, é uma atividade organizada pelo Setor Juventude e conta com a ajuda da PJ. E eu acho certo que seja assim. A JMJ é uma atividade extraordinária, ou seja, fora da nossa ordem comum de atividades. É um evento mundial e que envolve milhares de jovens. A PJ tem de pensar com carinho na Jornada e para além dela, em especial, como um trabalho que vai fazer olhares se voltarem para a juventude. Podemos dar um enfoque pejoteiro para a JMJ. E isto vale para qualquer uma das atividades que o setor juventude organize e que a PJ esteja envolvida também. Como diria o Pasquale, é isso.
E em um ambiente da Igreja, isto seria possível? Não entre pessoas, mas entre grupos? Sim, isso acontece. E confesso que pessoalmente tenho cada vez menos paciência com isso. Criam-se inimizades como se os grupos fossem rivais lutando por um mesmo espaço. Claro que existem diferenças, e elas são importantes, mas em nome destas diferenças tenta-se matar o diferente.
Essa minha ideia só veio firmar-se mais quando eu li no livro “Para onde vai a juventude?” de João Batista Libânio as seguintes linhas: “Preocupa-nos o surgimento de grupos fechados, vulgarmente chamados de tribos urbanas. Tais grupos tendem a acentuar preconceitos e disputas. O espaço da multiplicidade torna-se espaço da intolerância. (...) Constituem-se grupos herméticos de relacionamento intenso entre eles, com linguagem e estilo de vida próprios”.
Por vezes, eu vejo isso na relação da PJ com alguns grupos. E de alguns grupos para com a PJ também. Seria a Pastoral da Juventude uma tribo urbana, conforme João Batista Libânio disse acima? Somos um grupo fechado? Entramos nestas disputas por espaço? Temos preconceito ou intolerância com o diferente?
Responder a tais questões tem se tornado algo importante a ser feito, em especial nos últimos dez anos, por conta da criação e implantação do Setor Juventude em muitas dioceses no Brasil. Seria o setor juventude o novo inimigo que a PJ deveria combater?
Quando algumas dioceses o adotaram, eu confesso que achava aquilo bem estranho. Para mim era um saco onde se jogavam experiências juvenis diferentes, distintas e divergentes em alguns pontos. Não haveria como fazer algo em comum. Com o documento 85 da CNBB tentou-se regulamentar e oficializar esta organização. Mas ainda há muito que se acertar.
Lembra do exemplo do início deste texto? Aquele do casal de namorados que terminou o relacionamento e ficaram falando mal um do outro indefinidamente? Pois bem, este exemplo vale para grupos que rivalizam entre si, mas não para a relação entre a PJ e o setor juventude. Porque, oficialmente, a PJ faz parte do Setor Juventude. Não é, portanto, figurativamente falando, a briga entre irmãos, mas a indisposição de um filho para com o resto da família.
Onde está o erro aí? Há alguns pontos, como eu disse, que precisam ser acertados. Senhores bispos e padres precisam aplicar a concepção do setor juventude que está no documento 85. É um local de partilha e de crescimento de seus integrantes. Excepcionalmente é um agrupamento que deva pensar atividades. Por quê? Porque é um conjunto de grupos, pastorais e movimentos com vida própria e que não podem se anular para dar conta de uma agenda de atividades do setor.
Sei de dioceses em que a PJ foi extinta para dar lugar ao setor juventude. É um erro! Sei de outros lugares em que a PJ deixou de ser quem é porque as atividades do setor a sugavam completamente. Outro erro. Como se pode acertar? Tendo a clareza de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, como diria um amigo meu.
A diocese que quer ter um bom trabalho de evangelização com a juventude, tem que respeitar os diferentes carismas e formas de trabalhar de grupos, pastorais, movimentos e comunidades. E se não respeita o jeito de ser da PJ ou não permite que ela faça parte do setor juventude, comete um erro terrível: impede (ou dificulta) o acesso de muitos jovens a uma experiência belíssima de contato e vivência do projeto de Jesus. A PJ, por outro lado, se quiser ser respeitada, tem que manter sua identidade, não se deixar levar pelas ondas de modismos e fazer o seu trabalho bem feito, sem que precise ficar criticando este ou aquele grupo.
Aí podem me perguntar, por exemplo, da Jornada Mundial da Juventude. Sim, é uma atividade organizada pelo Setor Juventude e conta com a ajuda da PJ. E eu acho certo que seja assim. A JMJ é uma atividade extraordinária, ou seja, fora da nossa ordem comum de atividades. É um evento mundial e que envolve milhares de jovens. A PJ tem de pensar com carinho na Jornada e para além dela, em especial, como um trabalho que vai fazer olhares se voltarem para a juventude. Podemos dar um enfoque pejoteiro para a JMJ. E isto vale para qualquer uma das atividades que o setor juventude organize e que a PJ esteja envolvida também. Como diria o Pasquale, é isso.