“...venho aqui me despedir e dizer em qualquer lugar por onde eu andar vou lembrar de você. Só me resta agora dizer adeus e depois o meu caminho seguir. O meu coração aqui vou deixar. Não ligue se acaso eu chorar, mas agora adeus”.
Sim, é música do Roberto Carlos. Singela e bonitinha. E, sim. Eu gosto das músicas dele. Essa foi uma das primeiras que aprendi a tocar no violão. Lembrei dela quando comecei a pensar sobre como começaria o artigo de hoje.
Há algumas coincidências que são engraçadas. Em menos de duas semanas, três pessoas diferentes acabaram relatando um problema pastoral semelhante. Os casos tratam de uma mesma situação vivida em instâncias diferentes da PJ. E como perguntaram o que eu achava disto, resolvi escrever aqui.
Imagine que você seja parte da coordenação de um grupo de jovens e que, por um motivo importante você precise deixar este serviço. Você sabe da importância do grupo, tanto para você, como para os outros participantes e a comunidade onde ele está inserido. Você quer bem a estas pessoas. Elas são significativas na sua história.
Há também o detalhe do momento histórico. Nos últimos meses, pelas atividades que o grupo vinha desempenhando, sua visibilidade era crescente. Participar desta história seria importante. Mas você tem que partir e deixar o grupo. Outras pessoas importantes para o trabalho do grupo terão que sair também. Você teme pelo futuro do grupo. Como contribuir com ele, mesmo estando fora dele?
Esta foi a questão que, surpreendentemente, três pessoas me fizeram a partir de suas próprias realidades. E eu digo que esta é uma etapa não muito fácil na vida de um coordenador. Há quem insista ficar, uns pelas melhores intenções, como estas expostas acima, outros porque não querem “largar o osso” e não conseguem se ver fora daquele espaço. Deixo claro que este não foi o caso de nenhum dos três amigos que contaram suas histórias. Porém, é necessário entender que chega uma hora que é preciso partir, é preciso diminuir para que outros cresçam e que é possível sim contribuir de fora, já que abandonar de vez o pessoal está fora de cogitação. Segue abaixo “uma mão cheia” de sugestões:
Vivi algo assim também na minha vida pastoral. Fui catequista de um bom grupo de crisma. Éramos bem amigos. O grupo era referencial na paróquia. Preparei uma turma para assumir o próximo grupo. Eram cinco jovens excelentes. Nas primeiras reuniões eu fui participar junto. Fui gostando da maneira como faziam e fui ficando. Chegou um ponto em que eles pediram para eu não ir mais. Temiam que eu os estivesse avaliando e se sentiam presos ali com a minha presença. Compreendi e passei a apóia-los de fora. Formaram um grupo melhor do que o que haviam participado como crismandos. E, creio, todos crescemos com isto.
Lembre-se sempre de um princípio básico da pastoral: É natural que a gente saia dos espaços. Primamos pelo protagonismo juvenil e sabemos que não somos jovens para sempre. E um outro princípio tão importante quanto este é: temos a obrigação pastoral de capacitar jovens melhores do que a gente para ficar no lugar que ocupávamos. Sempre.
Sim, é música do Roberto Carlos. Singela e bonitinha. E, sim. Eu gosto das músicas dele. Essa foi uma das primeiras que aprendi a tocar no violão. Lembrei dela quando comecei a pensar sobre como começaria o artigo de hoje.
Há algumas coincidências que são engraçadas. Em menos de duas semanas, três pessoas diferentes acabaram relatando um problema pastoral semelhante. Os casos tratam de uma mesma situação vivida em instâncias diferentes da PJ. E como perguntaram o que eu achava disto, resolvi escrever aqui.
Imagine que você seja parte da coordenação de um grupo de jovens e que, por um motivo importante você precise deixar este serviço. Você sabe da importância do grupo, tanto para você, como para os outros participantes e a comunidade onde ele está inserido. Você quer bem a estas pessoas. Elas são significativas na sua história.
Há também o detalhe do momento histórico. Nos últimos meses, pelas atividades que o grupo vinha desempenhando, sua visibilidade era crescente. Participar desta história seria importante. Mas você tem que partir e deixar o grupo. Outras pessoas importantes para o trabalho do grupo terão que sair também. Você teme pelo futuro do grupo. Como contribuir com ele, mesmo estando fora dele?
Esta foi a questão que, surpreendentemente, três pessoas me fizeram a partir de suas próprias realidades. E eu digo que esta é uma etapa não muito fácil na vida de um coordenador. Há quem insista ficar, uns pelas melhores intenções, como estas expostas acima, outros porque não querem “largar o osso” e não conseguem se ver fora daquele espaço. Deixo claro que este não foi o caso de nenhum dos três amigos que contaram suas histórias. Porém, é necessário entender que chega uma hora que é preciso partir, é preciso diminuir para que outros cresçam e que é possível sim contribuir de fora, já que abandonar de vez o pessoal está fora de cogitação. Segue abaixo “uma mão cheia” de sugestões:
- Acompanhamento pessoal de um ou mais participantes deste espaço. Você não determina o que o outro deve fazer, mas escuta, aconselha, cumpre a missão pastoral de faze-lo crescer.
- Indicação de materiais, subsídios. Se gosta de escrever, escreva. Se gosta de compor, componha. Se conhece muitos materiais, partilhe, divulgue, empreste, indique, explique, debata, motive a leitura e a compreensão deles.
- Apresentação de pessoas, instituições ou grupos que possam contribuir na caminhada e no crescimento do grupo que você está deixando. Este olhar externo ao grupo é enriquecedor. “Examinem tudo, fiquem com o que é bom”.
- Apoio a outros grupos ou espaços que direta ou indiretamente tem ligação com o seu espaço de origem. Há tantos grupos dentro e fora da Igreja com o qual o seu grupo pode ter relações. Apoiar quem também é companheiro de caminhada é uma forma importante de contribuir com o Reino.
- Participando de espaços paralelos que servem de modelo ou indicativo de ação / formação para o grupo de origem. Eu digo daquilo que vi e vivi. Há muita gente que olha hoje para o IPJ, por exemplo, e quer se espelhar naquilo que fazemos lá. E há tantos outros bons espaços onde a ajuda é bem vinda.
- Cutucando esporadicamente este ou aquele participante individualmente de maneira com esta pessoa possa contribuir mais.
Vivi algo assim também na minha vida pastoral. Fui catequista de um bom grupo de crisma. Éramos bem amigos. O grupo era referencial na paróquia. Preparei uma turma para assumir o próximo grupo. Eram cinco jovens excelentes. Nas primeiras reuniões eu fui participar junto. Fui gostando da maneira como faziam e fui ficando. Chegou um ponto em que eles pediram para eu não ir mais. Temiam que eu os estivesse avaliando e se sentiam presos ali com a minha presença. Compreendi e passei a apóia-los de fora. Formaram um grupo melhor do que o que haviam participado como crismandos. E, creio, todos crescemos com isto.
Lembre-se sempre de um princípio básico da pastoral: É natural que a gente saia dos espaços. Primamos pelo protagonismo juvenil e sabemos que não somos jovens para sempre. E um outro princípio tão importante quanto este é: temos a obrigação pastoral de capacitar jovens melhores do que a gente para ficar no lugar que ocupávamos. Sempre.