quinta-feira, 20 de setembro de 2012

PJ em qualquer lugar

Agradeço a você que acabou parando aqui para ler este texto. Talvez você seja alguém que acompanha o blog já há algum tempo, talvez seja sua primeira vez por aqui. Alguns de vocês já conhecem um pouco da minha história pastoral. Mas creio que posso conhecer algumas linhas da sua história.
 
Não sei se você que lê agora estas linhas é coordenador de grupo, assessora, homem, mulher, na casa dos 20, dos 30, dos 16 ou do “vamos mudar de assunto”. Mas se você já tomou contato alguma vez com a Pastoral da Juventude, este texto é para você. Será que sua história é parecida com esta?

Boa parte de nós começamos nossas vidas pastorais nos grupos de comunidade, nas reuniões semanais, nas cadeiras ou bancos em círculos, com as leituras bíblicas, com as dinâmicas, com a discussão do tema, com os abraços e os avisos paroquiais. Estávamos inseridos na vida comunitária. Alguns eram catequistas, outros ajudavam na liturgia e nos cantos. Fazíamos teatro, gincanas, animávamos quermesse e pendurávamos bandeirinhas.
 
Vez ou outra tinha atividade de toda a juventude da paróquia. A gente dava o nome de Pastoral da Juventude para aquela organização. Era um bom nome. Tinha a pastoral do batismo que cuidava para que os batizados ocorressem da forma correta. Tinha a pastoral da saúde, que cuidava dos doentes. Por que não Pastoral da Juventude para denominar esta articulação?
 
Ah. Encontros assim eram bacanas. Juntávamos a turma dos grupos de jovens, aqueles que cantavam e animavam as celebrações, a rapaziada da crisma e alguns outros agregados que acabavam aparecendo por conta da movimentação. Eram as semanas da juventude, os dias de lazer, os ensaios para a sexta feira santa, ou as reflexões da padroeira da comunidade.
 
Dava trabalho articular tudo aquilo, mas era reconfortante. A turma que tocava aquela organização tinha suas diferenças. Às vezes saia uma ou outra discussão. Quando alguém errava, era fraternalmente corrigido. Claro que aprendemos isso a duras penas. Mas foi errando que fomos melhorando.
 
Por conta dessa articulação, acabamos descobrindo que existia algo além da nossa própria paróquia. Existia algo chamado diocese. Igrejas próximas e outras nem tanto estavam sob a responsabilidade de um único bispo. E ficamos espantados ao saber que lá nestas paróquias também existia algo chamado Pastoral da Juventude.
 
Claro, não era em todas. Mas era fantástico saber que outros jovens também tiveram esta mesma intuição de dar um nome igual para uma mesma articulação. E começamos a pensar como organizar esta tal PJ (sim, aprendemos que este povo adora siglas) em nossa diocese.
 
Passamos a visitar grupos, propor formações, encontros. Foi assim também com você? A maioria destas equipes diocesanas tinha sempre alguém com mais experiência que acompanhava. Às vezes era uma irmã, um seminarista, um leigo ou um padre. Tinha que ser alguém com muita paciência e muita vocação para o trabalho com a juventude. Porque senão, não durava.
 
Olhar a imensidão daquela diocese e saber da responsabilidade que era articular tudo aquilo era algo meio assustador e empolgante ao mesmo tempo. Mas não parava ali não. Com o tempo passamos a descobrir que as dioceses também se articulam entre si. Formam o chamado regional da CNBB. Em alguns casos trata-se de um único estado da federação, em outros, são mais estados juntos ou mesmo pedaços deles.
 
Quando você estava lá no seu grupo, imaginou que um dia estaria falando do seu trabalho pastoral com alguém de uma cidade tão longe? Ou de uma cidade da qual nunca ouviu falar? E que esta mesma pessoa partilhava dos mesmos sonhos e esperanças que você? Que tinha as mesmas dificuldades e que rezava de um jeito tão gostoso que isto te fez se sentir mais fortalecido na fé e nas suas opções? Que falava em formação integral, revisão de vida e prática, ver, julgar, agir, rever e celebrar? Um dia você imaginou isso?
 
Um dia você imaginou que a PJ que você articulava na sua comunidade, no seu “aqui”, poderia estar em outras realidades? Lá no outro canto do estado? Ou na outra ponta do país? Já imaginou estar falando das mesmas opções pastorais com gente de sotaques diferentes, mas com a mesma paixão pela juventude e pelo Senhor da vida?
 
E você começou a descobrir que em muitos cantos a PJ não se articula e organiza somente através dos grupos paroquiais. Que existem experiências interessantes nascendo em grupos culturais, em movimentos estudantis, em associações de moradores, nas comunidades ribeirinhas, por exemplo.
Descobriu que a riqueza desta pastoral se dá de diferentes formas. Que é uma injustiça e egoísmo não partilharmos esta experiência. E que uma vivência bacana assim precisa ser divulgada. Pastoral da Juventude. PJ. Aqui, lá e em qualquer lugar.

2 comentários:

  1. nossa, me identifiquei em cada etapa... rs
    realmente essas, sao experiencias unicas, inesqueciveis e necessarias enquanto jovem!!
    PJ aqui, PJ la, PJ em qualquer lugar!!
    axé Samira

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