Elaborar um planejamento é montar um plano, roteiro ou programação para um determinado fim. Na Pastoral da Juventude, há uma boa preocupação de que esta atividade seja feita com cuidado e atenção. Contudo, nem sempre isto acontece.
Há grupos, militantes, assessores, instâncias da PJ que por falta de tempo ou presença de outras pessoas não planeja adequadamente um próximo ano, um conjunto de atividades ou as etapas de uma formação, por exemplo.
Quando um planejamento é feito, há alguns sinais que podem ser percebidos para saber se há a possibilidade dele dar certo ou não.
1- Não levar em conta o que já existe
Pelo que nossa fé nos ensinou, só Deus criou algo a partir do nada. Todas as outras coisas foram concebidas a partir de algo que já existia. Ou seja, não dá para pensar um planejamento a partir do nada. Mesmo que o nada seja muito pouco, já é algo a ser levado em conta.
“Vamos montar um grupo de jovens aqui na comunidade porque não há jovens por aqui”. Já começou errado. Se não tem jovens, como montar um grupo com eles? Vão esperar as crianças crescerem um pouco mais?
Se o plano for montar um grupo de jovens, além das motivações certas (a PJ, por exemplo, é constituída de grupos que tem por princípio formar integralmente os jovens para uma vida que faça a diferença no mundo, a partir do exemplo e proposta de Jesus), é preciso saber onde estão os jovens e o que oferecer para motivar a participação deles nesta proposta. Existe espaço adequado para reuni-los? Existem pessoas preparadas para acompanha-los? É preciso pensar e utilizar os recursos já existentes em qualquer planejamento.
2- Não se preocupar com a história recente
Este é um sinal profundamente ligado ao primeiro. Entre as coisas já existentes antes de fazer um planejamento está a história. Preparar um plano sem que ela seja levada em conta é um erro.
Já visitei e conheci muitos locais em que a juventude queria organizar os grupos dentro da proposta da PJ. Eles faziam as reuniões, acertavam tudo e quando levavam ao conhecimento do padre, eram estranhamente barrados. Só depois de muito argumentarem é que ficaram sabendo que o padre era contrário à PJ. E o que normalmente só souberam depois é que esta implicância se deu em razão de um contato desastrado entre uma proposta localizada de PJ e o padre.
Infelizmente o nome da PJ é associado a uma série de propostas desencontradas em razão da má formação de algumas lideranças e da influência de alguns militantes desacreditados com a Igreja. Claro que há também padres que veem na PJ jovens que estudam e questionam e que entendem que isso pode ser uma ameaça porque não gostam de discutir as decisões que tomam, mesmo que isto aconteça no mais alto grau de polidez e educação.
O que estes grupos deveriam fazer? PJ para mim é mais do que uma sigla. É uma proposta de ação e formação. Disse a eles e continuo a repetir: há padres e lideranças comunitárias que tiveram uma experiência ruim com a PJ e esse nome pode assusta-los. Se os jovens querem seguir a proposta da PJ e existe este empecilho na história, que usem das propostas sem utilizar a sigla.
3- Não avaliar adequadamente os recursos
Recurso remete a dinheiro, mas não está restrito a ele. Há recursos financeiros, materiais e humanos. Todos eles devem ser levados em conta num planejamento. É preciso sim planejar de onde virá o dinheiro a ser gasto em qualquer ação que o grupo faça, e o que fazer caso este evento, além de se autossustentar, ainda gere uma sobra. É preciso sim pensar em todos os materiais que serão utilizados no evento, para não ter aquela correria de última hora quando ninguém combinou quem traria o aparelho de DVD ou quando ninguém trouxe papel suficiente para as anotações.
Isso eu aprendi quando eu ainda estava na PJ paroquial. Quando a gente esquecia qualquer um destes recursos era ao pároco que íamos recorrer. Ele nunca nos faltou, mas diante de tantos esquecimentos, ele por duas ou três vezes nos chamou de canto e soltou o verbo. “Se vocês sabiam que iriam utilizar um toca CD, porque não me avisaram antes?”, “Se iam precisar de tanto papel assim, poderiam ter me comunicado antes que ele já estaria aí”. Ninguém gosta de ser chamado a atenção. Em especial por coisas tão óbvias assim.
Recursos humanos normalmente são o item mais preocupante, primeiro porque não podemos tratar as pessoas como quem trata os objetos. Isto o mercado faz e o faz muito bem. Segundo porque o trabalho que as pessoas realizam em âmbito pastoral é um trabalho voluntário, na grande maioria dos casos. É preciso que elas sejam constantemente motivadas e esclarecidas da importância do que fazem, para que o comprometimento seja contínuo. Todos nós precisamos crescer como seres humanos no trabalho pastoral que fazemos. Ninguém o faz para ser engolido por ele.
4- Não fazer um bom encadeamento de ações/etapas
Sabe aquele velho ditado de não colocar a carroça na frente dos bois? Num planejamento as ações, etapas ou temas de estudo devem ter uma sequência lógica, de um ligado a outro, de forma que ao final de um período aquilo tudo faça sentido.
Fui catequista de crisma por algumas vezes. Uma das coisas que a nossa equipe de catequistas se preocupava bastante era com a sequência de temas e atividades. Nós nunca adotamos os livros prontos com os encontros. Eles eram úteis para dar uma ideia, mas nem sempre estavam de acordo com a realidade da juventude com a qual trabalhamos.
Sem adotar um livro, havia o risco de colocarmos dois temas seguidos sem uma ligação entre eles, ou esquecermos um tema importante e no meio do processo ter que encaixa-lo entre assuntos sem nexo com ele. Sim, é um risco. E isto mostra a importância de pensar bem o planejamento.
Sabíamos, por exemplo, que algumas atividades previstas para quando o grupo tivesse quatro ou cinco meses precisariam de uma boa dose de integração entre os participantes. Por isso, “gastamos” uns cinco ou seis encontros no início para conseguir uma boa aproximação entre os jovens. Algumas coisas são possíveis de se prever.
5- Não estabelecer metas a serem alcançadas
Parece conversa de empresa de telemarketing. Fulano bateu a meta da semana e conseguiu este ou aquele prêmio. A conversa não é bem por aí, mas pode nos ser útil. Fulano quando bate a meta semanal, consegue sim uma vitória pessoal e ajuda a empresa a atingir seu objetivo no mercado.
Num planejamento pastoral, no entanto, não há a questão do lucro que envolve as empresas no mundo capitalista em que vivemos, mas há um caminhar para os objetivos pastorais. Fui da coordenação diocesana da PJ em minha diocese entre os anos de 1996 e 1999. Estávamos reestruturando a PJ por aqui. Uma das metas para os anos de 1997 e 1998 foi ampliar a divulgação da ação da PJ por paróquias que não tínhamos contato. Todas nossas ações pastorais apontavam para isto, fossem as semanas de formação, os grupos de estudo, o Dia Nacional da Juventude. Terminamos este biênio bem conhecidos e com bons contatos em várias paróquias.
Tornar a PJ mais conhecida, contudo, não é um objetivo pastoral. É uma meta a ser alcançada. O objetivo está lá na frente ainda. Quem define as metas que seu grupo deve alcançar? Se você me perguntasse isso, eu lhe diria que é a sua realidade. Eu não posso indicar metas que vocês devam cumprir. Quem sabe das suas necessidades são vocês. Só posso indicar que não desviem o olhar do objetivo e que tracem metas ousadas, porém realizáveis.
6- Não colocar momentos intermediários de avaliação
A PJ quando faz suas assembleias e planejamentos pensa em ações por um, dois ou três anos, por exemplo. Estas ações precisam apontar para a realização de seus objetivos pastorais, conforme foi colocado no item cinco.
Um sinal de que este planejamento a médio ou longo prazo está doente é justamente a ausência de momentos intermediários de avaliação. Se em minha realidade, a PJ faz um planejamento anual, não é certo que em seis meses se faça uma parada de avaliação para corrigir a rota e celebrar os acertos?
A cada três anos a PJ Nacional faz um momento de celebração e planejamento chamado “Ampliada Nacional”. Aquela que será feita em Janeiro de 2011 terá, entre outras coisas a montagem dos projetos nacionais para os próximos seis anos. A coordenação nacional em suas reuniões programadas faz sempre um momento de apresentação da caminhada destes projetos. É importante que faça. Mas a grande sacada está justamente num planejamento de seis anos com a possibilidade de reavaliação pela ampliada de 2014, ou seja, daqui a três anos. Este é um momento intermediário importantíssimo de reavaliação. Não se reconstrói tudo e também não se acata tudo, mas se avalia no meio de um processo.
7- Planejar uma situação final irrealizável
O primeiro e o sétimo sinais desta relação são também extremos de um erro bem comum no planejamento pastoral. Enquanto o primeiro falava em criar planos, o último aponta para os objetivos do planejamento. O erro do primeiro sinal é ignorar que exista algo já feito e que deva ser levado em conta. O erro do último sinal é superestimar o planejamento; é achar que ele vai resolver todos os problemas ou que com a sua realização vamos estar vivendo a plenitude do Reino de Deus.
Colocar uma situação final em um projeto é algo óbvio, afinal planejamos algo para chegar em um determinado fim. Mas por melhor que seja o plano, a situação planejada deve ser factível e dentro das possibilidades daquela realidade.
Lembro disto quando numa assembleia que eu acompanhei um dos planos de ação era o mapeamento de todos os grupos de jovens do estado de São Paulo. Era uma ideia fantástica se fosse possível ser feita. Fizemos isto em minha diocese quando eu era assessor e tivemos um salto incrível na participação. Mas tínhamos uma equipe diocesana muito boa e colaboradores nos setores pastorais bem comprometidos. Como fazer isto num estado onde algumas dioceses nem sequer tem PJ organizada? Existe, portanto, um plano anterior ao mapeamento: o fortalecimento das equipes de PJ locais. No entanto isto só foi percebido por mim e pelos outros depois da assembleia e quando todos já estavam frustrados pela não realização do plano.
Situação final é aquela possível de ser realizada no período proposto. Conforme foi colocado no final do quinto sinal, é preciso que ela seja realizável sim, mas não pode ser algo puramente para cumprir tabela ou tímido demais. Quem quer ver melhorias, precisa de ousadia, mas de pés no chão.
Veja o restante da série "Os Sete" clicando aqui. Há grupos, militantes, assessores, instâncias da PJ que por falta de tempo ou presença de outras pessoas não planeja adequadamente um próximo ano, um conjunto de atividades ou as etapas de uma formação, por exemplo.
Quando um planejamento é feito, há alguns sinais que podem ser percebidos para saber se há a possibilidade dele dar certo ou não.
1- Não levar em conta o que já existe
Pelo que nossa fé nos ensinou, só Deus criou algo a partir do nada. Todas as outras coisas foram concebidas a partir de algo que já existia. Ou seja, não dá para pensar um planejamento a partir do nada. Mesmo que o nada seja muito pouco, já é algo a ser levado em conta.
“Vamos montar um grupo de jovens aqui na comunidade porque não há jovens por aqui”. Já começou errado. Se não tem jovens, como montar um grupo com eles? Vão esperar as crianças crescerem um pouco mais?
Se o plano for montar um grupo de jovens, além das motivações certas (a PJ, por exemplo, é constituída de grupos que tem por princípio formar integralmente os jovens para uma vida que faça a diferença no mundo, a partir do exemplo e proposta de Jesus), é preciso saber onde estão os jovens e o que oferecer para motivar a participação deles nesta proposta. Existe espaço adequado para reuni-los? Existem pessoas preparadas para acompanha-los? É preciso pensar e utilizar os recursos já existentes em qualquer planejamento.
2- Não se preocupar com a história recente
Este é um sinal profundamente ligado ao primeiro. Entre as coisas já existentes antes de fazer um planejamento está a história. Preparar um plano sem que ela seja levada em conta é um erro.
Já visitei e conheci muitos locais em que a juventude queria organizar os grupos dentro da proposta da PJ. Eles faziam as reuniões, acertavam tudo e quando levavam ao conhecimento do padre, eram estranhamente barrados. Só depois de muito argumentarem é que ficaram sabendo que o padre era contrário à PJ. E o que normalmente só souberam depois é que esta implicância se deu em razão de um contato desastrado entre uma proposta localizada de PJ e o padre.
Infelizmente o nome da PJ é associado a uma série de propostas desencontradas em razão da má formação de algumas lideranças e da influência de alguns militantes desacreditados com a Igreja. Claro que há também padres que veem na PJ jovens que estudam e questionam e que entendem que isso pode ser uma ameaça porque não gostam de discutir as decisões que tomam, mesmo que isto aconteça no mais alto grau de polidez e educação.
O que estes grupos deveriam fazer? PJ para mim é mais do que uma sigla. É uma proposta de ação e formação. Disse a eles e continuo a repetir: há padres e lideranças comunitárias que tiveram uma experiência ruim com a PJ e esse nome pode assusta-los. Se os jovens querem seguir a proposta da PJ e existe este empecilho na história, que usem das propostas sem utilizar a sigla.
3- Não avaliar adequadamente os recursos
Recurso remete a dinheiro, mas não está restrito a ele. Há recursos financeiros, materiais e humanos. Todos eles devem ser levados em conta num planejamento. É preciso sim planejar de onde virá o dinheiro a ser gasto em qualquer ação que o grupo faça, e o que fazer caso este evento, além de se autossustentar, ainda gere uma sobra. É preciso sim pensar em todos os materiais que serão utilizados no evento, para não ter aquela correria de última hora quando ninguém combinou quem traria o aparelho de DVD ou quando ninguém trouxe papel suficiente para as anotações.
Isso eu aprendi quando eu ainda estava na PJ paroquial. Quando a gente esquecia qualquer um destes recursos era ao pároco que íamos recorrer. Ele nunca nos faltou, mas diante de tantos esquecimentos, ele por duas ou três vezes nos chamou de canto e soltou o verbo. “Se vocês sabiam que iriam utilizar um toca CD, porque não me avisaram antes?”, “Se iam precisar de tanto papel assim, poderiam ter me comunicado antes que ele já estaria aí”. Ninguém gosta de ser chamado a atenção. Em especial por coisas tão óbvias assim.
Recursos humanos normalmente são o item mais preocupante, primeiro porque não podemos tratar as pessoas como quem trata os objetos. Isto o mercado faz e o faz muito bem. Segundo porque o trabalho que as pessoas realizam em âmbito pastoral é um trabalho voluntário, na grande maioria dos casos. É preciso que elas sejam constantemente motivadas e esclarecidas da importância do que fazem, para que o comprometimento seja contínuo. Todos nós precisamos crescer como seres humanos no trabalho pastoral que fazemos. Ninguém o faz para ser engolido por ele.
4- Não fazer um bom encadeamento de ações/etapas
Sabe aquele velho ditado de não colocar a carroça na frente dos bois? Num planejamento as ações, etapas ou temas de estudo devem ter uma sequência lógica, de um ligado a outro, de forma que ao final de um período aquilo tudo faça sentido.
Fui catequista de crisma por algumas vezes. Uma das coisas que a nossa equipe de catequistas se preocupava bastante era com a sequência de temas e atividades. Nós nunca adotamos os livros prontos com os encontros. Eles eram úteis para dar uma ideia, mas nem sempre estavam de acordo com a realidade da juventude com a qual trabalhamos.
Sem adotar um livro, havia o risco de colocarmos dois temas seguidos sem uma ligação entre eles, ou esquecermos um tema importante e no meio do processo ter que encaixa-lo entre assuntos sem nexo com ele. Sim, é um risco. E isto mostra a importância de pensar bem o planejamento.
Sabíamos, por exemplo, que algumas atividades previstas para quando o grupo tivesse quatro ou cinco meses precisariam de uma boa dose de integração entre os participantes. Por isso, “gastamos” uns cinco ou seis encontros no início para conseguir uma boa aproximação entre os jovens. Algumas coisas são possíveis de se prever.
5- Não estabelecer metas a serem alcançadas
Parece conversa de empresa de telemarketing. Fulano bateu a meta da semana e conseguiu este ou aquele prêmio. A conversa não é bem por aí, mas pode nos ser útil. Fulano quando bate a meta semanal, consegue sim uma vitória pessoal e ajuda a empresa a atingir seu objetivo no mercado.
Num planejamento pastoral, no entanto, não há a questão do lucro que envolve as empresas no mundo capitalista em que vivemos, mas há um caminhar para os objetivos pastorais. Fui da coordenação diocesana da PJ em minha diocese entre os anos de 1996 e 1999. Estávamos reestruturando a PJ por aqui. Uma das metas para os anos de 1997 e 1998 foi ampliar a divulgação da ação da PJ por paróquias que não tínhamos contato. Todas nossas ações pastorais apontavam para isto, fossem as semanas de formação, os grupos de estudo, o Dia Nacional da Juventude. Terminamos este biênio bem conhecidos e com bons contatos em várias paróquias.
Tornar a PJ mais conhecida, contudo, não é um objetivo pastoral. É uma meta a ser alcançada. O objetivo está lá na frente ainda. Quem define as metas que seu grupo deve alcançar? Se você me perguntasse isso, eu lhe diria que é a sua realidade. Eu não posso indicar metas que vocês devam cumprir. Quem sabe das suas necessidades são vocês. Só posso indicar que não desviem o olhar do objetivo e que tracem metas ousadas, porém realizáveis.
6- Não colocar momentos intermediários de avaliação
A PJ quando faz suas assembleias e planejamentos pensa em ações por um, dois ou três anos, por exemplo. Estas ações precisam apontar para a realização de seus objetivos pastorais, conforme foi colocado no item cinco.
Um sinal de que este planejamento a médio ou longo prazo está doente é justamente a ausência de momentos intermediários de avaliação. Se em minha realidade, a PJ faz um planejamento anual, não é certo que em seis meses se faça uma parada de avaliação para corrigir a rota e celebrar os acertos?
A cada três anos a PJ Nacional faz um momento de celebração e planejamento chamado “Ampliada Nacional”. Aquela que será feita em Janeiro de 2011 terá, entre outras coisas a montagem dos projetos nacionais para os próximos seis anos. A coordenação nacional em suas reuniões programadas faz sempre um momento de apresentação da caminhada destes projetos. É importante que faça. Mas a grande sacada está justamente num planejamento de seis anos com a possibilidade de reavaliação pela ampliada de 2014, ou seja, daqui a três anos. Este é um momento intermediário importantíssimo de reavaliação. Não se reconstrói tudo e também não se acata tudo, mas se avalia no meio de um processo.
7- Planejar uma situação final irrealizável
O primeiro e o sétimo sinais desta relação são também extremos de um erro bem comum no planejamento pastoral. Enquanto o primeiro falava em criar planos, o último aponta para os objetivos do planejamento. O erro do primeiro sinal é ignorar que exista algo já feito e que deva ser levado em conta. O erro do último sinal é superestimar o planejamento; é achar que ele vai resolver todos os problemas ou que com a sua realização vamos estar vivendo a plenitude do Reino de Deus.
Colocar uma situação final em um projeto é algo óbvio, afinal planejamos algo para chegar em um determinado fim. Mas por melhor que seja o plano, a situação planejada deve ser factível e dentro das possibilidades daquela realidade.
Lembro disto quando numa assembleia que eu acompanhei um dos planos de ação era o mapeamento de todos os grupos de jovens do estado de São Paulo. Era uma ideia fantástica se fosse possível ser feita. Fizemos isto em minha diocese quando eu era assessor e tivemos um salto incrível na participação. Mas tínhamos uma equipe diocesana muito boa e colaboradores nos setores pastorais bem comprometidos. Como fazer isto num estado onde algumas dioceses nem sequer tem PJ organizada? Existe, portanto, um plano anterior ao mapeamento: o fortalecimento das equipes de PJ locais. No entanto isto só foi percebido por mim e pelos outros depois da assembleia e quando todos já estavam frustrados pela não realização do plano.
Situação final é aquela possível de ser realizada no período proposto. Conforme foi colocado no final do quinto sinal, é preciso que ela seja realizável sim, mas não pode ser algo puramente para cumprir tabela ou tímido demais. Quem quer ver melhorias, precisa de ousadia, mas de pés no chão.