terça-feira, 27 de abril de 2010

Espiritualidade tem a ver com Espírito Santo...

Assumir a postura de luta pelo Reino, exige uma mudança interior. E nos diz o texto evangélico que ninguém se transforma ou se converte se não for motivado pelo Espírito. (Cf. Jo 3,5). É Ele a luz que nos ilumina, o vento que nos empurra, o fogo que nos esquenta e que provoca o entendimento entre as pessoas (Cf. At 2,1-11).



Nossa espiritualidade tem a ver com o Espírito de Deus revelado em Jesus e dado a nós como "Paraklitós", defensor, animador, luz, alguém que constantemente está cuidando de nós para que sejamos melhores a cada dia, e vivamos conforme a vontade de Deus. A ação do Espírito é como a água da chuva que encharca a terra seca fazendo brotar a grama, as pastagens. É como a água que se joga no jardim pela manhã, vemos seu efeito na beleza das plantas e no encanto das flores que desabrocham.

Olhando para Jesus vemos que o Espírito de Deus o impelia constantemente para o encontro com os outros - pobres, doentes, crianças, mulheres, excluídos - e também para o encontro com o Pai na oração silenciosa em que acolhia e ouvia a vontade Dele para a sua missão. Para nós, seguidores de Jesus, a dimensão da Espiritualidade será sempre mais descobrir a vontade de Deus em nossas vidas.

A ação do E.S. na Sagrada Escritura

Temos na Bíblia os relatos dos profetas que se dizem “tocados”, “provocados” pelo Espírito de Javé e de como isto os impulsionou para a missão (Cf. Is 61,1-2). O profeta denuncia os erros feitos com o Projeto Original de Deus (Cf. Jr 1,10) e anuncia a nova realidade a ser construída (Cf. Is 65, 17-25). A tarefa assumida pelo profeta é motivo para sermos perseguidos pelos poderes dominantes, mas a certeza da força do Espírito nos dá coragem (Cf. Ez 2,1-8).

Jesus também era conduzido pelo Espírito (Cf. Lc 4,1), disse que foi Ele que o consagrou para a missão (Cf. Lc 4,18-19). Como presença permanente em nosso meio, desmascarando os erros da nossa realidade, o Espírito Santo age como Advogado, Intercessor e Consolador, solicitado por Jesus e dado pelo Pai (Cf. Jo 14, 16-17; 16, 7-8; Rm 8, 16-17). E é Ele quem nos dá o dom para o serviço à comunidade e para o bem comum (Cf. I Cor 12, 13-21).

Devemos nos deixar guiar pelo Espírito de Deus que transforma os tímidos em corajosos profetas do Reino e da Ressurreição (Cf. Jo 20,21-22 e Atos 2,32-33). Abrir-se à ação do Espírito é assumir a proposta do Reino. Não somos nós que mostramos ao Espírito os caminhos a percorrer, mas é Ele que nos move para perceber e acolher o que Ele mesmo já está fazendo em nós e no mundo.

O Espírito Santo é a liberdade por essência. “O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito” (Jo 3,8). A juventude é amante da liberdade e é quem faz sua busca com maior intensidade. A apresentação da novidade de Jesus é sempre motivada pelo Espírito Santo.

Neste terceiro milênio, somos convidados(as) a evangelizar com criatividade, apresentando a novidade evangélica com o selo da liberdade de Jesus. A tarefa, porém, não é fácil. É necessário começar tudo de novo. É o Espírito quem faz recriar de novo. É ele quem faz irmos além daquilo que somos. É Ele quem nos faz evangelizar.

Nosso trabalho pastoral consiste em perceber as manifestações destas experiências, compreender os seus apelos e sentimentos, à luz da boa nova de Jesus, e estar atentos no que estes fatos irão resultar. O Espírito que defende e continua a missão de Jesus, ensina-nos a não dividir e subtrair forças, mas a somar e multiplicá-las para que o Reino aconteça. Quem se deixa guiar pelo Espírito de Deus sabe que o caminho se faz caminhando. Que esta abertura à ação do Espírito de Javé nos leve a uma séria conversão e mudança de métodos, para que germine a mensagem de Cristo nos jovens.

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